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Começa diálogo nacional no Egito para tentar dar fim à crise

Diálogo, que começou com a ausência de alguns representantes da oposição, foi proposto pelo presidente Mursi para tentar debelar crise política que atinge o país nas últimas semanas

Vendedor carrega bandeiras egípcias em rua no Cairo, enquanto é observado por policiais: diálogo nacional tenta pôr fim à crise | AFP PHOTO/PATRICK BAZ
Vendedor carrega bandeiras egípcias em rua no Cairo, enquanto é observado por policiais: diálogo nacional tenta pôr fim à crise (Foto: AFP PHOTO/PATRICK BAZ)

O diálogo convocado pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi, para encontrar uma saída para a crise começou neste sábado (8) com a presença de personalidades e grupos políticos, em sua maioria afins aos islamitas, e com a ausência dos líderes da oposição laica.

Entre os participantes estão os presidentes do partido islamita moderado Al Wasat, Abu Laela Madi, e do salafista Alo Nour, Emad Abdel Gafur, segundo a agência de notícias egípcia, "Mena".

O grande imã de Al-Azhar, o xeque Ahmad el Tayyip, e o prestigiado pregador islâmico e líder do Partido do Egito, Amre Khaled, também estão entre os presentes.

Também participa o dirigente do Partido Gad da Revolução, Ayman Nouri, que disputou com o ex-presidente Hosni Mubarak as eleições de 2005 e que nas últimas eleições legislativas integrava a aliança da Irmandade Muçulmana.

Como era de se esperar, também está presente o presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), Mohammed Katatni, a formação que liderou Mursi até assumir a Presidência.

Na reunião, as grandes ausências são os líderes da opositora Frente do Salvação Nacional (FSN) o prêmio Nobel da Paz, Mohammed ElBaradei; o ex-secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa; e o ex-candidato presidencial, Hamdin Sabahi.

Em seu discurso de quinta-feira, Mursi fez uma convocação para um diálogo aos grupos políticos, jovens da revolução e aos juízes a fim de "conseguir um acordo global para sair da divisão".

No entanto, a oposição laica, agrupada no FSN, rejeitou participar do diálogo ao considerar que o presidente ignorou suas reivindicações para a anulação da ata constitucional com a qual blindou seus poderes e da convocação do referendo sobre a Carta Magna.

Em uma tentativa de persuadir a oposição para que participe do diálogo, o vice-presidente Mahmoud Meki declarou ontem que Mursi está disposto a aceitar um atraso do referendo constitucional, previsto para o próximo dia 15, com a condição de que o adiamento não possa ser recorrido perante a Justiça.

Além disso, as Forças Armadas do Egito alertaram que se os diferentes grupos políticos não chegarem a um consenso para sair da atual crise as consequências podem ser trágicas, algo que, asseguraram, não estão dispostos a permitir.

Enquanto isso, algumas centenas de manifestantes opositores armaram barracas nos arredores da sede presidencial para pressionar Mursi para que volte atrás em suas decisões.

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