O grão-mestre da maçonaria no Sul de Gales, região onde está a capital Cardiff, defendeu o direito aos membros da ordem de manterem seu anonimato. A defesa é uma resposta a um controverso pedido de um comissário da polícia galesa que quer identificar todos os maçons no serviço público.
Gareth Jones, maçom-sênior da região, declarou que o pedido soa “um pouco ofensivo”. “Eu não vejo nenhuma razão para que os indivíduos declarem sua adesão à maçonaria”, disse ao programa S4C Y Byd ar Bedwar .
O comissário Alun Michael argumentou que a obrigatoriedade traria transparência aos processos públicos. “Se os membros de um clube ou sociedade se revelarem, isso dissipa qualquer dúvida sobre agendas ocultas”, disse. Ele quer adotar a medida para maçons em todo o serviço público, incluindo polícia e política. Estima-se que na região 13 mil pessoas pertençam à ordem.
“Eu e os membros do Sul de Gales ficamos felizes de contar às pessoas que somos maçons e festejamos isso. O problema é ser obrigado a declarar”, disse Gareth Jones.
O grão-mestre declarou ainda que a maçonaria não é uma sociedade secreta. “Nossas cerimônias são feitas para ajudar os irmãos a se tornarem homens melhores. Os poucos segredos que ainda restam são simples métodos de reconhecimento. Não há nada de sinistro ou misterioso”, disse.
Alun Michael tem um histórico de batalha com a maçonaria. Quando foi secretário da Assembleia Nacional, implementou uma lei que obrigava membros da assembleia (equivalente aos deputados, no Brasil) eleitos a declararem se participam ou não da ordem. Em Westminster, na Inglaterra, onde teve cargo na direção municipal, levou a obrigatoriedade a membros da polícia (uma medida que já não existe mais na cidade).
As regras para revelar a participação na maçonaria variam em cada região do País de Gales. Em Cardiff, por exemplo, espera-se que os políticos façam a declaração, mas, na prática, ninguém ainda declarou. Nas regiões onde há medidas mais abrangentes, poucas pessoas revelam ser membro da sociedade.
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