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Ahmet Uzumcu, diretor-geral da OPAQ, a caminho de uma entrevista coletiva em Haia, na Holanda: 80% do arsenal químico do mundo foi destruído pela entidade | Michel Kooren/Reuters
Ahmet Uzumcu, diretor-geral da OPAQ, a caminho de uma entrevista coletiva em Haia, na Holanda: 80% do arsenal químico do mundo foi destruído pela entidade| Foto: Michel Kooren/Reuters

Calendário

Confira a sequência de prêmios concedidos pela Academia Sueca:

• Segunda-feira, 7 - Medicina: James Rothman, Randy Schenkman e Thomas Südhof, por descobertas sobre como os hormônios, enzimas e outras substâncias são transportadas para dentro das células.

• Terça-feira, 8 - Física: Peter Higgs e François Englert, por preverem a existência do bóson de Higgs, partícula que explica como a matéria obteve massa para formar estrelas e planetas.

• Quarta-feira, 9 - Química: Martin Karplus, Michael Levitt e Arieh Warshel, por trabalho que envolve a criação de modelos de computador que preveem como acontecem as reações químicas.

• Quinta-feira, 10 - Literatura: Alice Munro, escritora canadense descrita pela Academia Sueca como "mestra do conto contemporâneo".

• Ontem, 11 - Paz: Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), que está supervisionando a destruição do arsenal da Síria.

• Segunda-feira, 14 - Economia

História

Guerra na Síria chamou a atenção para a Opaq.

• Origem

A Organização para a Proibição de Armas Químicas foi fundada em 1997 e tem sede em Haia, na Holanda. Ela é uma organização intergovernamental que promove e fiscaliza a adesão à Convenção de Armas Químicas, vigente desde 1997. A convenção veta o uso de armamento químico e requer sua destruição. São 190 países membros, à exceção de Angola, Coreia do Norte, Egito, Israel, Mianmar e Sudão do Sul. Ela tem 500 funcionários e um orçamento em 2012 de 71 milhões de euros (R$ 210 milhões).

Física

Higgs recebeu a notícia na rua, depois de almoçar sopa e truta

Um dos vencedores do Prêmio Nobel de Física deste ano, o britânico Peter Higgs deu entrevista ontem na Universidade de Edimburgo, na Escócia. No encontro, ele revelou que ficou sabendo que havia sido premiado na rua, depois do almoço.

"Curiosamente, soube da notícia quando estava retornando de um almoço em Leith [cidade escocesa ao Norte de Edimburgo] naquela tarde", contou Higgs. "Um carro parou na rua e uma senhora na casa dos 60 anos desceu para me dar os parabéns pela notícia. Perguntei: que notícia?; e então ela me contou."

Segundo Higgs, seu almoço no dia foi "uma boa cerveja", acompanhada de sopa e truta como prato principal. Ele acrescentou que, em casa, pode então ler as muitas mensagens de congratulações que havia recebido, dando-se conta de que a notícia dada pela mulher era verdade. O físico britânico, que dividiu o prêmio com o belga François Englert, previu nos anos 60 a existência de um bóson, um tipo de partícula subatômica, que seria responsável por dar massa a tudo que existe no Universo. Apelidado "partícula de Deus", o chamado bóson de Higgs era a única das 32 partículas fundamentais do Universo (quarks, outros bósons e elétrons, entre outras) previstas pelo Modelo Padrão da Física (MP), formulado em 1964, que ainda não tinha sido detectada, o que só aconteceu no ano passado. "Durante muitos anos, pareceu que a verificação experimental não aconteceria enquanto eu estivesse vivo, mas desde que o LHC [Grande Colisor de Hádrons, o maior acelerador de partículas do mundo] começou a funcionar, ficou claro que eles chegariam lá", diz Higgs.

Agência O Globo

  • Julian Tangaere (à esq.), chefe da missão da OPAQ na Síria
  • Professor Higgs: cervejinha

A Organização para a Proi­bição de Armas Químicas (OPAQ), que está supervisionando a destruição do arsenal da Síria, ganhou o Prêmio Nobel da Paz ontem, anunciou o Comitê do Nobel, em Oslo, na Noruega. A honraria teve um número recorde de 259 candidatos neste ano, incluindo 50 organizações, e o anúncio acabou surpreendendo, já que a OPAQ não era comentada como uma das favoritas.

Especialistas do organismo, apoiado pela Organização das Nações Unidas, estão trabalhando para eliminar o grande estoque de armas químicas da Síria após um ataque com gás sarin no subúrbio de Damasco que matou mais de 1,4 mil pessoas em agosto.

Segundo um acordo entre a Rússia e os Estados Unidos, o armamento químico sírio deve ser removido e destruído até meados de 2014.

"Certamente isso encorajará nossos funcionários a demonstrarem mais o que eles podem fazer em termos de contribuição para a paz e a segurança globais", disse Ahmet Uzumcu, diretor-geral da OPAQ à tevê norueguesa.

Para o presidente do comitê do Nobel da Paz, Thorbjoern Jagland, o prêmio é um lembrete para países como EUA e Rússia contra seus estoques de armas químicas, "especialmente porque pedem que outros, como a Síria, façam o mesmo".

"Nós temos agora a oportunidade de nos livrar de uma categoria inteira de armas de destruição em massa. Seria um grande marco na História se conseguíssemos isso", disse Jagland.

Mais cedo, a tevê estatal da Noruega NRK antecipou o anúncio, informando que a organização seria reconhecida pelo trabalho desenvolvido na Síria. Outras organizações e instituições já foram premiadas antes, como a Cruz Vermelha, a União Europeia e o Unicef.

O prêmio de US$ 1,25 milhão (R$ 2,75 milhões) será entregue em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que criou os prêmios em seu testamento, em 1895.

A missão da OPAQ na Síria é considerada inédita por ocorrer durante uma guerra civil em andamento – um conflito que já matou mais de 100 mil pessoas desde 2011.

Integrantes do grupo chegaram a ser alvejados por franco-atiradores em 26 de agosto, mas esta semana Uzumcu disse que as autoridades sírias estão cooperando com o processo.

Prêmio é sinal de confiança

Primeiro diretor-geral da OPAQ, o diplomata brasileiro José Maurício Bustani ressalta a importância política da missão técnica da instituição para facilitar soluções pacíficas e evitar intervenções militares.

Hoje embaixador na Fran­ça, Bustani dirigiu a OPAQ entre 1997 e 2002, deixando o cargo em um caso polêmico envolvendo a pressão dos EUA, pouco antes da invasão ao Iraque.

Sobre o significado do Nobel da Paz para a OPAQ, Bustani diz que ele não se dirige ao trabalho imediato que está sendo realizado na Síria.

"[O prêmio] reconhece que se trata de uma organização que vem lenta e discretamente fazendo um trabalho extremamente importante no processo de destruição de armas de destruição em massa. É uma mensagem de paz e também de confiança no caminho escolhido para resolver o problema sírio, isto é muito importante", diz.

Convenção

Há 20 anos ocorreu a assinatura do acordo que deu origem à OPAQ. A convenção entrou em vigor em 1997. Os países que assinaram o tratado se comprometem a proibir as armas químicas e deixaram os arsenais químicos sob seu controle serem destruídos.

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