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cardeal George Pell
O cardeal George Pell chega ao tribunal em Melbourne, em 27 de fevereiro de 2019 – O cardeal George Pell chegou ao tribunal, possivelmente pela última vez como um homem livre, em um último empurrão para pedir a fiança depois sua histórica condenação por crimes sexuais contra crianças | Foto: Con Chronis/AFP| Foto:

O cardeal George Pell, 77, ex-tesoureiro do Vaticano e ex-conselheiro do papa Francisco, foi detido na Austrália nesta quarta-feira (27). Ele vai esperar na prisão por sua sentença, que será divulgada em 13 de março.

Na última segunda-feira (25), ele foi condenado em cinco acusações de crimes de pedofilia cometidos há 22 anos. O veredicto foi divulgado após o levantamento do segredo de Justiça do processo, marcando a primeira vez em pelo menos 100 anos que um cardeal da Igreja Católica é preso.

Pell, que se declarou inocente, foi licenciado de seu posto no Vaticano para enfrentar o processo judicial. Em dezembro, após o processo ter vindo a público, Pell foi removido do círculo de conselheiros do papa, que havia elogiado o cardeal por sua honestidade e conduta contra abusos sexuais de crianças.

O papa e o Vaticano ainda não se manifestaram sobre o caso.

Leia também: 5 destaques da cúpula do Vaticano sobre abuso sexual e proteção de menores

Pell foi considerado culpado por unanimidade pelo júri da corte de Victoria, em Melbourne, em 11 de dezembro do ano passado, após um julgamento que durou quatro semanas.

Os crimes foram cometidos entre dezembro de 1996 e os primeiros meses de 1997 contra dois coroinhas de 12 e 13 anos de idade na sacristia da catedral de São Patrício, em Melbourne, onde Pell era arcebispo.

Um dos garotos, hoje com 35 anos, testemunhou sobre os detalhes do assédio por videoconferência – sua identidade não foi revelada. Ele atualmente vive em Melbourne. A segunda vítima morreu em decorrência de uma overdose de heroína em 2014.

Cada uma das acusações acarreta uma pena máxima de dez anos de prisão.

Seus advogados afirmam que recorreram da decisão e esperam que ele seja inocentado na segunda instância, alegando que não há evidências do crime e que ninguém presente na missa, quando o abuso teria ocorrido, notou algo de errado naquele dia, nem quanto ao comportamento dos garotos.

Desde o início do julgamento, há nove meses, a saúde de Pell se deteriorou. O juiz Peter Kid, responsável pelo caso, autorizou que o cardeal viajasse até Sydney para uma cirurgia no joelho em dezembro.

Batalha contra o abuso sexual

O papa Francisco e outros líderes católicos realizaram uma cúpula, encerrada nesta terça-feira (26), para tratar sobre abusos de menores por parte de religiosos e ministros ordenados da Igreja Católica, bem como o encobrimento dos casos. O encontro foi a mais alta cúpula já realizada na Igreja Católica sobre o tema e primeira vez em que houve uma reunião entre o papa e todos os presidentes de conferências episcopais do mundo – os órgãos colegiados dos bispos de um país ou região.

Ao encerramento de encontro histórico, no Vaticano, o papa Francisco se comprometeu a empreender uma "batalha total" contra o crime.

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