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A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse a ativistas de direitos humanos da Rússia no sábado que pretende ajudá-los a formar instituições que protejam as pessoas do "poder arbitrário do Estado".

A reunião pode irritar o Kremlin, que é sensível a acusações do Ocidente de que esteja obstruindo liberdades democráticas. O governo russo também suspeita que governos estrangeiros estejam tentando influenciar o resultado das próximas eleições para presidente.

Rice disse a oito líderes de direitos humanos que queria conhecer seu empenho para proteger a liberdade na Rússia.

"Tenho confiança de que a meta de vocês é a de criar instituições nativas da Rússia -instituições russas- mas que também têm respeito pelo que conhecemos como valores universais", afirmou Rice.

Ela disse que os valores universais são: "Os direitos dos indivíduos à liberdade, o direito de praticar a religião que desejar, o direito de se reunir, o direito de não ter de responder ao poder arbitrário do Estado".

"Como estão as coisas e o que podemos fazer para ajudar a Rússia a criar instituições fortes que tenham esses valores universais?", perguntou.

Os Estados Unidos e outros governos ocidentais estão apreensivos com a democracia, os direitos humanos e a sociedade civil na Rússia sob o presidente Vladimir Putin.

Putin centralizou o poder e lançou uma gigantesca operação de segurança na Tchetchênia. A televisão, principal fonte de notícias para os russos, foi colocada sob o rigoroso controle do Kremlin, e a oposição raramente aparece nas transmissões.

As pesquisas de opinião mostram, porém, que a maioria dos russos apoia o estilo linha-dura de Putin.

Tatyana Lokshina, líder do grupo de direitos civis Demos, disse que ela e seus colegas conversaram com Rice sobre os abusos de direitos humanos na Tchetchênia e sobre os temores de que o sistema político russo esteja reprimindo a oposição.

Mas Lokshina declarou que a prisão militar dos EUA na Baía de Guantánamo e as alegações de abuso na prisão de Abu-Ghraib, no Iraque, prejudicaram a autoridade de Washington em questões de direitos humanos.

"Os Estados Unidos, de certa forma, perderam a eficácia do ponto de vista de sua capacidade de criticar o governo russo", disse ela.

"Hoje, quando os Estados Unidos criticam, as autoridades russas dizem: 'Olhe o que está acontecendo na sua casa."'

Rice também conversou no sábado com um grupo de cinco profissionais russos e sugeriu que a democracia levará algum tempo para ser instaurada.

"A Rússia poderá se tornar um país democrático que protege plenamente os direitos de seu povo, mas levará anos", declarou ela ao grupo.

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