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Meio ambiente

Conferência da ONU limita comércio de pau-brasil

O pau-brasil é uma das espécies que pode ficar um pouco mais protegida da extinção com as limitações comerciais impostas nas negociações da ONU que terminaram nesta sexta-feira. É uma tentativa apenas modesta de diminuir o ritmo da pior onda de extinções desde a dos dinossauros.

A reunião da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (Cites), que aconteceu entre 3 e 15 de junho, também deve tornar mais fácil a vida de enguias, elefantes e peixes-serra.

A proteção do jacaré-açu no Brasil adotada no passado foi tão eficaz que a conferência decidiu permitir a retomada cautelosa do comércio internacional. A comercialização de pau-brasil só poderá ser feita com aprovação da Cites, mas a venda de arcos para instrumentos está isenta da limitação.

O encontro, que reuniu 171 países, também rejeitou várias outras propostas de conservação. Na sexta-feira, caiu a decisão de regulamentar o comércio de corais vermelhos e rosa, depois das reclamações dos produtores de jóias do Mediterrâneo.

Segundo o secretário-geral da Cites, Willem Wijnstekers, a entidade está se envolvendo no comércio bilionário, depois de passar os primeiros anos de sua existência concentrada em espécies exóticas, como papagaios ou cobras. A organização foi criada em 1975 e tem poderes para restringir o comércio de espécies ameaçadas.

"Sempre fomos mantidos longe da pesca e da madeira comercial, mas agora isso está desaparecendo devagar", disse.

A decisão mais significativa da conferência foi a extensão por nove anos da proibição nas exportações de marfim de elefante, depois da venda dos estoques do Botsuana, da Namíbia, na África do Sul e do Zimbábue.

Havia países que exigiam a proibição por 20 anos para acabar com a caça, mas os quatro países do sul da África alegaram que a população está sofrendo as consequências de conflitos por causa do aumento do número de elefantes.

Apesar de ter aprovado a proteção do pau-brasil, a conferência rejeitou a tentativa européia de restringir o comércio de cedro e jacarandá na América Latina, usados para fazer móveis e instrumentos musicais.

"Houve coisas boas e coisas ruins", disse Susan Lieberman, chefe do programa de espécies do grupo conservacionista WWF. "Mas muitos países preferem alguns anos mais de exploração que a proteção a longo prazo."

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que o mundo está vivendo a pior onda de extinções desde o sumiço dos dinossauros, há 65 milhões de anos. A Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica disse em maio que três espécies desaparecem por hora. Usando essa medida, durante as negociações, mil espécies foram extintas.

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