• Carregando...
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, 14 de março de 2019
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, 14 de março de 2019| Foto: Andrey Rudakov / AFP

A confiança dos russos no presidente Vladimir Putin tinha atingido o pior nível em 13 anos, segundo uma pesquisa feita por uma agência estatal e divulgada em 24 de maio deste ano, que dizia que 31,7% da população confiavam em Putin. Após o Kremlin questionar o método usado na pesquisa de opinião, a taxa mais do que dobrou horas depois; os novos dados divulgados na sexta-feira (31) dizem que a confiança pública em Putin é de 72,3%

A pesquisa inicial, feita pelo Centro de Pesquisa de Opinião Pública, mostrou que a confiança em Putin tinha caído para 31,7%, o nível mais baixo desde 2006, segundo o jornal Moscow Times.

Também segundo a publicação, esses resultados não representariam um problema imediato para Putin, que venceu com grande vantagem as eleições e um mandato de seis anos em março do ano passado, mas ao mesmo tempo poderiam encorajar possíveis sucessores a começar o que provavelmente será um longo jogo de disputa pela posição.

Na quinta-feira (30), seis dias após a divulgação da pesquisa, o Kremlin pediu que os sociólogos explicassem por que as taxas de "confiança" e de "aprovação" do presidente russo eram tão diferentes - já que a taxa de aprovação do presidente na mesma pesquisa foi de 65%.

A organização publicou então novos dados, que mostram a confiança dos russos no presidente disparando para 72,3%. Após a divulgação, o chefe do centro de pesquisa, Valery Fyodorov, explicou a diferença dos resultados à imprensa local: "Agora nós perguntamos aos entrevistados diretamente se eles confiam ou não [nos políticos] e mencionamos especificamente o primeiro e o último nome deles".

Quando os entrevistados responderam à pergunta aberta "Entre os políticos, em quem você confiaria e em quem você não confiaria para tomar decisões importantes para o governo?", a confiança em Putin caiu ainda mais dessa vez, para 30,5%.

O analista político Mikhail Vinogradov disse em redes sociais que a inclusão tanto de perguntas abertas quanto de perguntas de múltipla escolha foi uma "jogada inteligente".

"Alguns entrevistados simplesmente não respondem às perguntas abertas, e aqui você tem uma escolha: sim ou não", disse Denis Volkov, diretor de um instituto de pesquisa independente à imprensa russa.

No entanto, essa questão aberta já vem sendo perguntada repetidamente a entrevistados na Rússia há anos, e por isso permite estabelecer uma tendência.

Por exemplo, a confiança em Putin havia disparado em julho de 2015, logo após a anexação da Crimeia pela Rússia (71%), e começou a cair em maio de 2018 (47,4%), seguindo uma economia lenta e uma reforma controversa na previdência, de acordo com o Moscow Times.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]