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Violência

Confrontos deixam um morto na capital de Honduras

Defensores de Zelaya, que está refugiado na embaixada brasileira, transformam bairros pobres de Tegucigalpa em zona de guerra

Tegucigalpa - Pelo menos um manifestante morreu baleado e dezenas ficaram feridos nos choques ocorridos entre grupos que defendem a volta ao poder do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e tropas do governo de fato nas ruas da capital, Tegucigalpa, pelo terceiro dia seguido.

Barricadas de entulho foram erguidas ontem para impedir a passagem de veículos da polícia e do Exército. Lojas, supermercados e bancos de bairros pobres da capital foram saqueados na madrugada. A polícia registrou 50 focos de violência e anunciou ter detido 113 pessoas.

A nova onda de distúrbios aconteceu no mesmo dia em que o governo de fato de Honduras comunicou ao Departamento de Estado norte-americano que está aberto a receber a visita de uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Zelaya declarou que ainda espera conversar "pessoalmente" com o presidente interino, Ro­­ber­­to Micheletti, para encontrar uma solução definitiva para a crise.

Os acenos ao diálogo foram feitos depois que centenas de manifestantes transformaram bairros pobres de Tegucigalpa, como Pe­­dregal e Flor del Campo, numa zo­­­na de guerra.

O governo de fato atribuiu a violência aos simpatizantes de Zelaya, abrigado desde segunda-feira na Embaixada do Brasil.

Durante a tarde, as forças de segurança levantaram temporariamente o toque de recolher para permitir que a população saísse de suas casas para comprar mantimentos, mas ameaçou dispersar à força qualquer grupo que reunisse mais de 20 pessoas.

Imediatamente, formaram-se enormes filas nos supermercados e padarias da capital, enchendo repentinamente as ruas que ha­­viam passado as últimas 48 horas desertas.

Micheletti

O governo interino pediu ao Brasil que defina a situação de Zelaya. Micheletti quer que o Brasil entregue Zelaya à justiça hondurenha ou conceda asilo.

O presidente deposto está na embaixada brasileira com cerca de cem pessoas, incluindo quatro funcionários da diplomacia. Se­­gundo informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a alimentação está sendo fornecida com regularidade, por representantes da ONU.

O fornecimento de água e luz foi restabelecido, mas o funcionamento dos telefones continua intermitente.

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