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Revolta estudantil

Confrontos e saques marcam protesto na capital do Chile

Estudantes dão prazo até hoje para o governo apresentar novo projeto para a educação

Estudante usa bandeira chilena para protestar contra a cobrança de mensalidade pelas universidades | Martin Bernetti/AFP
Estudante usa bandeira chilena para protestar contra a cobrança de mensalidade pelas universidades (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Dezenas de milhares de estudantes e professores chilenos voltaram às ruas de Santiago ontem, mantendo a pressão sobre o go­­verno para que sejam promovidas mudanças no sistema educacional. A organização do movimento estudantil estimou em mais de 100 mil o número de pessoas que participaram dos protestos na capital e em várias cidades do país. Já a polícia registrou 60 mil estudantes em Santiago.

As manifestações começaram pacificamente, logo em seguida houve choques entre estudantes e policiais em diversos pontos da capital do país. Participantes dos protestos atiraram objetos em direção aos policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo e canhões d’água para reprimir a multidão. Em meio aos distúrbios, pessoas mascaradas incendiaram carros, armaram barricadas e promoveram saques.

Os estudantes saíram às ruas em desafio a uma proibição das autoridades chilenas. Na semana passada, quando tentaram desafiar a proibição, quase 900 manifestantes acabaram presos.

Os líderes estudantis rejeitam uma reforma de 21 pontos para as escolas e universidades proposta pelo presidente Sebastián Piñera e pediram novas propostas até amanhã.

O ministro da Educação, Feli­­pe Bulnes, diz que o governo apre­­sentará seu pacote de reformas ao Congresso, excluindo es­­tu­­dantes e professores do debate. A situação permanece em impasse e nenhuma das partes cede.

Entre outros pontos, Piñera propôs elevar gradualmente a verba para a educação e transferir a responsabilidade pelo ensino para o governo federal. No en­­­­tanto, a proposta de Pi­­ñera não abrange uma exigência fundamental do estudantes: obrigar as universidades particulares a rein­­vestirem uma parcela maior de suas receitas, uma vez que a legislação chilena as considera instituições sem fins lucrativos.

A oposição a Piñera não aceitou participar do diálogo entre governo e parlamentares e os estudantes prometeram manter os protestos por considerarem insuficiente a proposta oficial.

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