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Conflitos no Sudão deixaram até agora um saldo de pelo menos 56 civis mortos e quase 600 feridos.
Conflitos no Sudão deixaram até agora um saldo de pelo menos 56 civis mortos e quase 600 feridos.| Foto: Reprodução/YouTube/Al Jazeera English.

Os confrontos entre o Exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) deixaram até agora um saldo de pelo menos 56 civis mortos e quase 600 feridos. O conflito continua na manhã deste domingo (16) nas proximidades do quartel-general das Forças Armadas, no centro de Cartum, e em outras localidades do país.

Os confrontos chegaram ao seu segundo dia na capital, depois de eclodirem na manhã de sábado (15) após as FAR acusarem o Exército de atacar suas posições, uma ação que as Forças Armadas alegaram ser uma resposta a um ataque anterior.

As Forças Armadas informaram em um comunicado que uma das torres de seu quartel-general em Cartum foi incendiada como resultado dos combates, em uma ação que não deixou vítimas, e desmentiu as alegações da FAR de que teriam tomado as instalações. O país africano acordou com aviões militares sobrevoando o centro de Cartum e outros pontos a leste e ao sul da capital, enquanto os choques continuavam em outras cidades do país.

O porta-voz do Exército, Nabil Abdullah, disse em comunicado que as tropas assumiram o controle da maior base das Forças de Apoio Rápido na área de Karari, ao norte da cidade de Omdurman, e apreenderam todo o equipamento pertencente aos paramilitares.

Da mesma forma, os militares também assumiram o controle de até 35 blindados das FAR na cidade de Damazin, no sudeste do Sudão. Em dois dias de combates, pelo menos 56 civis foram mortos e quase 600 - também entre as partes em conflito - ficaram feridos, segundo informou o Comitê Central de Médicos sudanês.

Estes números, no entanto, não incluem vítimas da conturbada região ocidental de Darfur, onde há intensos combates em Al Fasher e Nyala, bem como em Al Obeid, no estado de Cordofão do Norte, devido a dificuldades de circulação naquelas áreas.

Na última quinta (13), o Exército alertou que o país atravessa uma “situação perigosa” que poderia levar a um conflito armado, depois de unidades das FAR “se mobilizarem” na capital sudanesa e em outras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.

ONU diz que três funcionários foram mortos

A missão das Nações Unidas no Sudão informou neste domingo (16) que três funcionários do Programa Mundial de Alimentos (PAM) foram mortos no sábado (15) durante os confrontos que eclodiram no norte de Darfur, em meio a combates entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).

O representante da missão no Sudão, Volker Perthes, "condenou energicamente os ataques contra pessoal das Nações Unidas", transmitiu suas condolências às famílias das vítimas e manifestou sua "extrema preocupação" com "relatos de projéteis atingindo as instalações da ONU" durante os combates.

No entanto, não especificou como exatamente morreram os trabalhadores do PMA, organização que foi alvo de ataques esporádicos de grupos armados antes mesmo do início da rebelião. Perthes também denunciou que há "relatos" sobre "saque de instalações da ONU e outras instalações humanitárias em vários lugares em Darfur", o que descreveu como "atos de violência recorrentes" que "interrompem a prestação de assistência vital e devem terminar".

"A segurança dos funcionários e contratados é fundamental e, quando ocorrem incidentes como este, são as mulheres, homens e crianças que precisam desesperadamente de assistência que mais sofrem", destacou o representante, pedindo às partes em conflito que "respeitem suas obrigações internacionais", além de garantir a segurança do pessoal e das instalações da ONU.

"Reitero: civis e trabalhadores de ajuda humanitária não são um alvo", frisou. Segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas, ou seja, um terço da população do Sudão, dependem de ajuda humanitária.

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