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Protestos

Confrontos entre manifestantes e forças de segurança continuam no Egito

Os manifestantes estão acampados na praça Tahrir, em protesto pela decisão de Mursi de blindar seus poderes perante a Justiça

Confrontos ocorrem nas imediações da praça Tahrir | AFP Photo
Confrontos ocorrem nas imediações da praça Tahrir (Foto: AFP Photo)
Manifestante atira pedra em manifestação na praça Tahrir, no Cairo |

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Manifestante atira pedra em manifestação na praça Tahrir, no Cairo

Manifestantes fazem barricadas durante protesto |

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Manifestantes fazem barricadas durante protesto

Os choques entre manifestantes opositores ao presidente egípcio, Mohamed Mursi, e as forças de segurança continuam neste domingo (25) nas imediações da praça Tahrir, no Cairo, segundo informou a agência de notícias estatal Mena.

Os manifestantes estão acampados na praça Tahrir, em protesto pela decisão de Mursi de blindar seus poderes perante a Justiça, graças a uma declaração constitucional promulgada na última quinta-feira pela qual todas suas resoluções se tornaram "inapeláveis e definitivas".

Neste sábado, o Judiciário disse que os decretos de Mursi eram um "ataque sem precedentes" e alguns juízes anunciaram uma greve, se posicionando contra os "superpoderes" do presidente.

Hoje, os confrontos se localizam no começo da rua Qasr al Aini, em frente à Universidade Americana do Cairo, onde os manifestantes jogaram pedras contra os soldados de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo.

Os gases alcançaram a praça Tahrir, onde centenas de manifestantes gritaram lemas de ordem como "abaixo o regime" e "abaixo o poder do guia espiritual", em referência ao líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badia.

Mursi era militante da associação islâmica antes de se tornar presidente. Egípcios secularistas temem que ele acabe com o Estado laico no país.

A agência de notícias oficial acrescentou que as autoridades começaram a construir um muro de concreto na rua Qasr al Aini para isolar as sedes do Parlamento e do Conselho de Ministros, próximas à praça. A praça Tahrir é um dos principais pontos turísticos do país. Nela ocorreram os levantes da Primavera Árabe egípcia em 2011, que levaram à deposição do ditador Hosni Mubarak. Para os oposicionistas, os decretos de Mursi o igualaram ao ditador que ele sucedeu.

Manifestações agendadas

De acordo com Mursi, os decretos só foram criados para "garantir a estabilidade" até que uma nova Constituição fosse produzida, o que deve acontecer apenas daqui a seis meses.

"Eu dediquei minha vida pela democracia e pela liberdade", disse o presidente. A oposição já convocou um enorme protesto para a próxima terça-feira, "para defender a revolução e o Estado egípcio". Por outro lado, a Irmandade Muçulmana disse que irá realizar diversas manifestações de apoio a Mursi por todo o país, começando hoje. A organização também agendou para terça-feira um evento "para milhões de pessoas" na praça Abdin, no Cairo, para dar suporte ao presidente.

Desde sexta-feira, confrontos entre oposicionistas e a polícia local acontecem em todo o território egípcio, especialmente nas grandes cidades, como na capital e em Alexandria.

Cerca de 261 pessoas já ficaram feridas nesses enfrentamentos, de acordo com o Ministério da Saúde. 128 deles são policiais, segundo o Ministério do Interior.

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