O governo da Flórida, chefiado pelo republicano Ron DeSantis, está transformando uma pequena faculdade pública em um enclave de perfil conservador — ou clássico, nas palavras do governador — em meio à hegemonia progressista no ensino superior.
Na semana passada, o governador substituiu de uma vez seis integrantes do Conselho de Administração do New College of Florida, sediado na cidade de Sarasota. Os novos indicados têm perfil conservador. Entre eles está Christopher Rufo, pesquisador do Manhattan Institute que gerou um debate nacional ao denunciar a propagação da Teoria Racial Crítica (Critical Race Theory, em inglês) nas escolas americanas.
Outro nome escolhido por DeSantis é o de Matthew Spalding, professor do Hillsdale College. A faculdade privada do Michigan é considerada um modelo bem-sucedido de educação superior clássica. Hillsdale tem sido citada por auxiliares do governador da Flórida como um exemplo do que eles pretendem implementar no New College.
O conselho do New College tem 13 membros, dos quais seis são de escolha do governador. Outros cinco são indicados pelo Florida Board of Governors (que administra as instituições públicas de ensino superior do estado).
A ideia do governo da Flórida é transformar o New College em um modelo de faculdade de “artes liberais”. Nesse tipo de instituição, os alunos têm uma formação completa nos moldes da educação clássica em vez de focarem em apenas uma área do conhecimento.
O Estado da Flórida mantêm atualmente 12 instituições públicas de ensino superior. Por seu alcance limitado, a medida anunciada por DeSantis está longe de ser uma revolução completa no sistema de ensino superior da Flórida. Mas é uma medida ousada de um governador que pretende se tornar o candidato republicano nas eleições presidenciais de 2024 e que, segundo algumas pesquisas, tem mais apoio do que o ex-presidente Donald Trump.
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