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Crise

Conservadores e socialistas gregos formam coalizão pró-pacote europeu

Os três partidos que vão governar a Grécia são favoráveis ao pacote de austeridade da Europa, mas defendem ajustes

O líder conservador Antonis Samaras assumiu o governo grego | Yannis Behrakis/Reuters
O líder conservador Antonis Samaras assumiu o governo grego (Foto: Yannis Behrakis/Reuters)

No último dia do prazo, os principais partidos políticos da Grécia anunciaram ontem que chegaram a acordo para formar um governo de coalizão que afasta, ao menos de imediato, a ameaça de saída do país da zona do euro.

O conservador Nova De­­mocracia, que obteve a maior votação das eleições parlamentares de domingo e 129 cadeiras no Parlamento, será apoiado pelo socialista Pa­­sok, com 33 representantes,­­ e pelo pequeno Esquerda De­­mocrática, que conquistou­­ 17 vagas. No total, a coalizão contará com 179 das 300 cadeiras do Parlamento.

As legendas são favoráveis, ainda que com ajustes, ao pacote acertado com a "troica" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI), que exige cortes e demissões.

O líder do partido mais votado, Antonis Samaras, 61 anos, foi empossado como novo premiê da Grécia para um mandato de dois anos.

Samaras afirmou que pedirá ao novo governo, que será formado hoje, para "trabalhar duro, de modo que possamos oferecer esperanças concretas ao povo".

A formação do governo só foi possível porque a legislação grega oferece 50 cadeiras adicionais ao partido que conquista mais votos na eleição proporcional.

O novo governo repetirá­­ a convivência entre Nova De­­mo­cracia e Pasok no poder­­ que ocorreu durante o mandato interino do premiê Lucas Papademos (novembro de 2011 a maio de 2012), período em que foi acertado o segundo pacote de socorro ao país.

A coalizão de Samaras tentará renegociar alguns termos do pacote, como tempo para cumprir metas de redução do deficit e da dívida pública.

Alguns líderes europeus já sinalizaram que podem fazer concessões ao país. A chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, contudo, reafirmou que "o novo governo deve continuar a cumprir os compromissos acertados".

Evitando comprometer-se, Merkel sinalizou que pode abandonar sua oposição ao uso do novo fundo europeu de estabilização financeira para comprar títulos da dívida de países com turbulência, como Itália e Espanha.

O objetivo é valorizar esses títulos, reduzindo o juro cobrado do mercado para que esses países se refinanciem.

Uma proposta nesse sentido foi apresentada pelo premiê Mario Monti (Itália) na cúpula do G20 no México e defendida ontem pelo premiê François Hollande (França).

"A Itália lançou uma ideia que merece ser analisada", disse Hollande.

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