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Terrorismo

Conspiração para matar presidente afegão é descoberta

Um guarda-costas e outras cinco pessoas com vínculos com a rede Haqqani e Al-Qaeda foram presas

Presidente afegão Hamid Karzai fala em Nova Déhli, Índia | AFP PHOTO/ RAVEENDRAN
Presidente afegão Hamid Karzai fala em Nova Déhli, Índia (Foto: AFP PHOTO/ RAVEENDRAN)

A agência de inteligência do Afeganistão disse na quarta-feira que conseguiu desbaratar uma conspiração para o assassinato do presidente Hamid Karzai, prendendo um guarda-costas e cinco pessoas com vínculos com a rede Haqqani e a Al-Qaeda.

Os conspiradores, que incluíam estudantes universitários e um professor de medicina, foram treinados para lançar ataques em Cabul e tinham recrutado um dos guarda-costas de Karzai para matar o presidente, disse o Diretório Nacional de Segurança.

"Um grupo perigoso e instruído, que incluía professores e estudantes, queria assassinar o presidente Hamid Karzai," disse em coletiva de imprensa o porta-voz Lutfullah Mashal.

"Lamentavelmente, eles infiltraram o sistema de proteção do presidente e recrutaram um de seus guarda-costas."

Mashal disse que os detidos tinham vínculos com três homens, incluindo um egípcio e um bengalês, que eram membros da Al-Qaeda e da rede Haqqani, cuja base fica na região tribal paquistanesa de Uaziristão do Norte, que faz fronteira com o Afeganistão.

Os detidos fazem parte de um grupo "mais sofisticado" cujos integrantes confessaram ter sido treinados para usar armas de fogo, foguetes e ataques suicidas, disse o porta-voz. Entre seus alvos estavam figuras seniores do governo.

Eles disseram também que receberam 150 mil dólares para financiar suas atividades e que planejavam matar Karzai durante uma das viagens do presidente para fora da capital, disse Mashal.

Desde que se tornou líder afegão, em 2002, Karzai já foi alvo de pelo menos três atentados, mais notadamente em abril de 2008, quando insurgentes dispararam armas e foguetes contra uma parada militar à qual ele assistiu, perto do palácio presidencial em Cabul.

Mashal disse que o guarda-costas, Mohebullah Ahmadi, é do povoado natal de Karzai - Karz, na província de Kandahar - e que lhe foram mostrados vídeo de propaganda da Al-Qaeda e da Haqqani para persuadi-lo a participar da conspiração.

Os Haqqanis fazem parte de três facções insurgentes aliadas ao Taleban que combatem no Afeganistão - são possivelmente a mais temida. Acredita-se que tenham sido responsáveis por introduzir os atentados suicidas no país e que sejam autores de muitos ataques ousados.

Os Haqqanis juraram fidelidade ao Taleban, mas suspeita-se há muito tempo que também tenham vínculos com a agência de espionagem paquistanesa, o diretório de Inteligência Inter-Serviços (ISI).

Forças lideradas pela Otan que combatem no Afeganistão anunciaram na quarta-feira que um ataque aéreo matou um comandante sênior da rede Haqqani e dois de seus associados na província oriental de Khost, perto da fronteira do Afeganistão.

Dilawar, conhecido por apenas um nome, era o "subordinado principal" de Haji Mali Khan, capturado pela Otan na semana passada e descrito na época como o comandante em chefe da rede Haqqani no Afeganistão.

A morte de Dilawar representa "mais uma perda importante para o grupo insurgente," disse a Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf), liderada pela Otan, em comunicado em que descreveu as atividades dele como incluindo a coordenação de ataques contra as forças afegãs e a organização de entregas de armamentos.

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