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A contaminação pelo HIV cresce em todas as regiões do mundo, e na China o vírus está gradualmente passando dos grupos de risco para a população como um todo, afirmou a ONU nesta terça-feira.

Há 39,5 milhões de adultos e crianças infectados pelo vírus no mundo, e o maior crescimento é registrado no leste da Ásia e na região entre o Leste Europeu e a Ásia Central, devido à prática de sexo sem proteção e o uso de drogas injetáveis, de acordo com a Unaids, programa da ONU encarregado do combate à Aids, e a Organização Mundial da Saúde.

Na América Latina, dois terços dos estimados 1,7 milhão de soropositivos vivem nos quatro maiores países da região: Brasil, México, Colômbia e Argentina. Nos Estados Unidos, havia em 2005 cerca de 1,2 milhão de pessoas vivendo com o HIV.

A África subsaariana ainda é a região mais afetada pelo HIV, com 24,7 milhões de soropositivos (dois terços do total mundial), segundo o relatório anual conjunto das duas agências.

"Nos últimos dois anos, o número de pessoas vivendo com o HIV cresceu em todas as regiões do mundo", disse o relatório, que priorizou comparações com os dados ajustados de 2004, e não com os de 2005, devido a mudanças na metodologia e em dados.

Na China, a transmissão ocorreu por meio de agulhas contaminadas em cerca de metade dos 650 mil casos registrados, e a epidemia já atinge "proporções alarmantes", disse o relatório.

"Com o HIV passando gradualmente das populações que estão sob maior risco para a população [da China] em geral, o número de infecções por HIV em mulheres cresce também", afirmou o relatório.

Das 2,9 milhões de mortes provocadas pela Aids no ano passado, 2,1 milhões ocorreram na África, epicentro da epidemia iniciada há 25 anos.

Cerca de 4,3 milhões de pessoas foram contaminadas pelo HIV neste ano no mundo todo, sendo a maior concentração entre jovens. O número total de pessoas vivendo com o vírus subiu para 39,5 milhões. A África registrou 2,8 milhões de novos casos em 2006.

Alguns países, como Uganda, estão voltando a enfrentar um crescimento da epidemia, depois de terem conseguido reduzi-la, segundo o relatório.

- Isso é preocupante. Como sabemos, a ampliação dos programas de prevenção ao HIV nesses países haviam demonstrado progressos no passado, sendo a Uganda um ótimo exemplo - disse o diretor-executivo da Unaids, Peter Piot. - Precisamos intensificar enormemente os esforços de prevenção para salvar vidas, ao mesmo tempo em que ampliamos os programas de tratamento ao HIV.

O relatório cita "evidências de diminuição ou de difusão estável do HIV na maioria dos países da África Oriental e da África Ocidental", embora a epidemia continue a crescer em Moçambique, África do Sul e Suazilândia.

Sem trégua

"Um terço de todas as pessoas com HIV no mundo vive no sul da África, e 34% de todas as mortes por Aids em 2006 ocorreram ali", diz o relatório.

Na África do Sul, onde há cerca de 5,5 milhões de soropositivos, a epidemia continua sem dar trégua, sugerindo que a prevalência da doença ainda não atingiu seu patamar máximo, segundo o documento.

Mas mesmo a estabilidade da epidemia em alguns países mascara as altas taxas de novas infecções e mortes por Aids. É o caso do Lesoto, no sul da África, onde um em cada quatro adultos tem a doença.

No Zimbábue, a expectativa de vida das mulheres é de 34 anos, uma das mais baixas do mundo, enquanto para os homens é de 37 anos.

Na Ásia, cerca de 8,6 milhões de pessoas vivem com o HIV, um aumento de quase um milhão, e 630 mil pessoas morreram devido a conseqüências da Aids na região neste ano.

A Índia, onde a epidemia parece estar estável ou em retração em algumas regiões, enquanto cresce modestamente em outras, tem 5,7 milhões de soropositivos, contaminados em geral em relações heterossexuais.

Sobre a China, onde a epidemia começou em áreas rurais, o relatório cita preocupações de que o alto número de migrantes do país (120 a 150 milhões) possa espalhar o vírus ainda mais.

"Surtos de HIV entre homens que fazem sexo com homens estão agora se tornando evidentes em Camboja, China, Índia, Nepal, Paquistão, Tailândia e Vietnã", segundo o relatório.

O texto afirma ainda que poucos programas nacionais de combate à Aids tratam adequadamente da possibilidade de contágio por sexo entre dois homens.

As epidemias no Leste Europeu e na Ásia Central, que começaram posteriormente, continuam crescendo, especialmente na Ucrânia.

Na Rússia, onde há cerca de 940 mil soropositivos, 80% dos quais com menos de 30 anos, o uso de drogas é o principal fator da difusão.

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