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Um contato russo tentou vender um artigo favorável aos planos do ditador Vladimir Putin para uma revista brasileira, nesta semana, segundo revelou o jornalista Duda Teixeira, da Crusoé.
O jornalista compartilhou, nesta sexta-feira (11), com a Gazeta do Povo um trecho da conversa que teve com a pessoa desconhecida neste mês. O contato se apresentou como "jornalista e produtor de mídia interessado em publicar artigos" no país.
A primeira mensagem chegou no seguinte formato ao jornalista brasileiro: "bom dia, caro Senhor Teixeira. como está? o Sr. XXXXXX [o jornalista Duda Teixeira preferiu omitir o nome do contato] deu-me o seu número. sou jornalista e produtor de mídia. interessado em publicar artigos de nossos autores na mídia. o meu pupilo, Rafael Machado. você estaria interessado em colaborar?"
O jornalista Duda Teixeira relatou que recebeu aleatoriamente a mensagem no aplicativo WhatsApp, no último dia 3, de um telefone baseado na Rússia, oferecendo dinheiro - até US$ 100 - pela publicação do artigo.
Segundo o contato desconhecido, um analista militar brasileiro tinha fornecido o número do editor da Crusoé. No entanto, o jornalista estranhou a mensagem, que parecia ter sido traduzida com algum recurso digital.
Durante a tentativa de negociação, a pessoa não identificada disse trabalhar com diferentes autores "que ajudamos a promover seus artigos na mídia. Por exemplo, um deles se dirige a mim, escreve um artigo sobre um tópico atual, e eu me dirijo a você e você o publica. Eu também posso concordar em publicar seus artigos em outros sites”, diz outra mensagem, explicando como funcionaria a "parceria".
A Crusoé a o Antagonista rejeitaram a proposta, esclarecendo que não cobram para publicar artigos assinados, mas mantiveram conversas com o usuário do WhatsApp para coletar mais informações sobre a venda desses artigos.
Segundo a publicação brasileira, o texto negociado acusaria a embaixada brasileira na Venezuela de recrutar “mercenários de países latinos, como da Colômbia e México”, para derrubar a ditadura de Nicolás Maduro.
Esse plano seria apoiado pelos opositores do líder chavista María Corina Machado e Edmundo González, que acusam o regime de Maduro de estar no poder de forma ilegítima após as eleições do ano passado.
Repetidamente, Maduro alega que existe um "projeto golpista" para tirá-lo do poder, encabeçado pelos EUA.
Ainda durante as conversas no aplicativo de mensagens, o contato russo afirmou que ele estava apenas começando seu trabalho no Brasil, mas já atua com "facilidade" na Argentina, onde teria vários artigos pagos publicados em portais.
O texto original foi atualizado com a supressão dos nomes anteriormente citados como possíveis envolvidos na confecção e publicação dos supostos artigos pró-Putin.
Atualizado em 11/04/2025 às 13:59
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