
Depois de quase um ano de campanha centrando fogo na economia e em sua alegada capacidade de desempacá-la, Mitt Romney chega hoje a Tampa (Flórida) para a convenção que o consagrará como candidato republicano à Casa Branca com um desafio: o eleitor não o conhece bem.
"[O presidente] Barack Obama mantém uma vantagem significativa sobre Romney na dimensão pessoal, sobretudo em termos de se fazer gostar, embora os americanos ainda achem que Romney seja melhor para lidar com a economia", escreve Frank Newport, diretor do Gallup, sobre a mais recente pesquisa do instituto.
No levantamento, divulgado neste fim de semana, 54% dos 1.033 entrevistados acham que Obama pródigo em falar de sua história pessoal é "afável", enquanto apenas 31% pensam o mesmo de Romney.
Para tentar suprir esse vazio, o republicano vem, nos últimos dias de campanha, falando mais de sua vida pessoal e até de sua religião (ele é mórmon, denominação cristã da qual só 2% dos americanos são adeptos).
Ainda para dar estofo à imagem de homem de negócios bem sucedido com a qual tenta se eleger, o republicano sentou-se para longas entrevistas com redes de tevê a CNN e a esquerdista MSNBC que deram origem a dois documentários no fim de semana pré-convenção.
Nos programas, conta histórias pessoais, fala dos problemas de saúde da mulher, Ann (que teve câncer de mama e sofre de esclerose múltipla), e de sua fé. Amigos descrevem um sujeito generoso, e colegas de trabalho lembram dele com carinho.
Tempestade
No final da tarde de ontem, os dirigentes do partido ainda coçavam a cabeça para saber como reacomodar em três dias de convenção os discursos de amanhã, cancelados por causa da tempestade tropical Isaac, que pode evoluir para furacão. Com o adiamento dos eventos de hoje, ficou sem horário para falar a mulher de Mitt Romney, Ann.



