Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
tragédia nos alpes

Copiloto ensaiou manobra de suicídio no voo de ida

Andreas Lubitz, que chocou Airbus 320 contra os Alpes Franceses em março, testou cinco vezes a redução da altitude da aeronave

A cabine do Airbus 320 acidentado, dois dias antes do acidente. | Marius Palmen / EFE
A cabine do Airbus 320 acidentado, dois dias antes do acidente. (Foto: Marius Palmen / EFE)

Andreas Lubitz, copiloto alemão que derrubou em março um avião da Germanwings com 150 pessoas a bordo na região dos alpes na França, ensaiou seu suicídio no voo de ida da aeronave, afirmaram os investigadores do acidente. Segundo eles, o fato não tinha como ser detectado.

Nem os tripulantes, nem o controle aéreo francês e nem os ocupantes do avião perceberam que Lubitz programou o avião para que baixasse até a altura mínima possível, 100 pés, cerca de 30 metros, em cinco ocasiões durante o voo entre Düsseldorf, na Alemanha, e Barcelona, na Espanha, no dia 24 de março.

Lubitz teria feito os testes enquanto o piloto estava fora da cabine. Após os testes, momentos antes de o piloto voltar a seu posto, Lubitz voltou a situar o avião em sua altura normal, prévia ao início da manobra de aterrissagem, que aconteceu sem problemas às 7h57.

Às 9h, o avião decolou de Barcelona com destino a Düsseldorf e 41 minutos mais tarde caiu na montanha depois que o copiloto, outra vez sozinho na cabine, voltou a dirigi-lo a uma altura de 100 pés.

Suspeita-se que Lubitz quisesse testar os mecanismos de controle da aeronave para ensaiar a derrubada do avião. No entanto, as autoridades não descartam que a manobra não tenha sido somente um ensaio, mas sim uma primeira tentativa de derrubar o avião.

O relatório preliminar publicado ontem abre a porta para fase seguinte das investigações, que passa por “examinar o sistema de avaliação de atitude dos pilotos” de linhas aéreas, segundo Remi Jouty, diretor do Escritório de Investigação e Análise (BEA), órgão francês que investiga o acidente.

A informação das caixas-pretas do avião, cruzada com as comunicações com o centro de controle francês, evidenciaram que Lubitz ensaiou o choque voluntário do avião que realizou horas mais tarde no voo de retorno a Düsseldorf.

“Temos que tentar determinar como é possível que um piloto com problemas psicológicos possa estar na cabine de comando apesar de haver todo um sistema de acompanhamento”, afirmou Jouty,

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.