Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
ásia

Coreia do Norte ameaça reativar usina

Governo de Kim Jong Un aumenta tensão ao prometer investir em reator nuclear capaz de produzir material para bomba de plutônio

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, criticou a postura do governo norte-coreano | Albert Gea/Reuters
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, criticou a postura do governo norte-coreano (Foto: Albert Gea/Reuters)

O governo da Coreia do Norte prometeu ontem reativar um reator nuclear que pode produzir material para uma bomba de plutônio por ano, intensificando as tensões já elevadas em razão das ameaças quase diárias contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

O reator de plutônio, localizado no complexo de Yongbyon, a 90 quilômetros de Pyongyang, foi fechado em 2007 como parte das negociações internacionais de desarmamento, paralisadas desde então.

No ano seguinte, os norte-coreanos destruíram a torre de refrigeração, como parte do acordo que trocou o desarmamento por ajuda ao país.

Yongbyon é a única instalação nuclear norte-coreana conhecida, mas alguns especialistas suspeitam que o país tenha outros centros de enriquecimento de urânio.

A declaração da retomada da produção de plutônio — o combustível mais comum em armas nucleares — e de outras instalações do complexo nuclear de Yongbyon deve elevar os temores de Washington e seus aliados a respeito do tempo que a Coreia do Norte vai levar para construir um míssil com uma ogiva nuclear que possa chegar aos Estados Unidos, tecnologia que, acredita-se, o país ainda não possua.

Especialistas advertem que pode levar anos até que o reator produza material físsil suficiente para a fabricação de armas. Alguns acreditam que o anúncio pode ser uma nova tática de Pyongyang para tentar forçar o recebimento de ajuda e garantias de segurança dos Estados Unidos e de seus aliados, após a recente elevação da retórica de guerra.

Potencial nuclear

Como as informações a respeito da Coreia do Norte são incertas, há especialistas que acreditam que o país tenha material físsil baseado em plutônio suficiente para doze pequenas bombas, mas não se sabe se os cientistas do país possuem a tecnologia para produzir bombas de urânio, embora haja especulações de que esse material foi usado no teste realizado em fevereiro.

Um porta-voz do Depar­tamento Geral de Ener­gia Atômica norte-coreano disse que cientistas iniciarão o trabalho numa instalação de enriquecimento de urânio e num reator moderado a grafite de 5 megawatts, que gera barras de combustível gastas associadas ao plutônio, e são o núcleo do complexo nuclear de Yongbyon.

A fonte, que não foi identificada, contou que a medida é parte dos esforços para resolver a severa falta de eletricidade do país, mas também para "reforçar o potencial nuclear armado tanto em qualidade quanto em quantidade", segundo comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Korean Central News Agency.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.