![Coreia do Norte anuncia fracasso em nova tentativa de colocar satélite espião em órbita O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, inspecionando a frota do Mar do Leste da Marinha do Exército do Povo Coreano (KPA)](https://media.gazetadopovo.com.br/2023/08/23221121/fd4b2920f11eecd3382c2abedee8cc45134e4676w-960x540.jpg)
A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (23), através da imprensa estatal do país, que o lançamento de uma nave espacial para tentar colocar em órbita um satélite espião fracassou.
O lançamento da nave espacial, que havia sido detectado pelo Japão e pela Coreia do Sul, fracassou devido a um erro na terceira fase do lançamento, segundo a agência de notícias norte-coreana KCNA, que também anunciou planos para tentar colocar novamente o satélite em órbita em outubro.
A nova tentativa de lançamento de um satélite de espionagem ocorre três meses depois de o regime norte-coreano ter tentado lançar um dispositivo semelhante em 31 de maio, mas o foguete que o transportava caiu no mar devido a uma falha do motor.
Pyongyang explicou que o seu satélite espião, Malligyong-1, foi lançado a bordo de um novo tipo de foguete espacial chamado Chollima-1 e que, embora a primeira e a segunda fase tenham voado "normalmente", ocorreu "um erro no sistema de propulsão de emergência" na terceira fase.
A Agência de Desenvolvimento Espacial da Coreia do Norte afirmou que "a causa do acidente não é um grande problema em termos de confiabilidade do motor", e disse que vai realizar um novo lançamento em outubro, "depois de investigar minuciosamente as causas" e "tomar contramedidas", de acordo com informações distribuídas pela KCNA e relatadas pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.
As forças armadas sul-coreanas afirmaram também que a tentativa de lançamento do foguete espacial não foi bem-sucedida.
Antes, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) tinha comunicado a detecção do lançamento do foguete norte-coreano por volta das 3h50 locais de quinta-feira (15h50 desta quarta-feira em Brasília) a partir do noroeste do país em direção ao sul.
Por volta da mesma hora, o sistema de alerta de mísseis J-Alert do Japão foi ativado na prefeitura de Okinawa, no sudoeste do país, pedindo aos residentes que se abrigassem em caso de um possível ataque de mísseis, mas o aviso foi retirado minutos depois.
O governo japonês, que considerou o lançamento como um míssil balístico, informou também que a suposta nave espacial norte-coreana sobrevoou a prefeitura de Okinawa e que não tinha detectado danos no seu território ou águas.
Na terça-feira (22), a Guarda Costeira japonesa foi avisada por Pyongyang da sua intenção de lançar um satélite entre quinta-feira (24) e 31 de agosto, motivo pelo qual designou três zonas de risco marítimo (duas a oeste da península coreana e uma a leste da ilha filipina de Luzon) devido ao risco de queda de destroços de foguetes durante o lançamento.
A Coreia do Norte já lançou seis foguetes espaciais que supostamente colocariam em órbita satélites de observação, incluindo o lançamento fracassado de maio.
A comunidade internacional monitora esses lançamentos norte-coreanos ligados ao setor dos satélites, os quais considera testes secretos de tecnologia de mísseis balísticos.
Japão protesta contra lançamento
O governo do Japão expressou nesta quarta-feira o seu "forte protesto" à Coreia do Norte pelo lançamento.
"Expressamos o nosso protesto nos termos mais fortes à Coreia do Norte por uma provocação inaceitável", disse o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, em entrevista coletiva, pouco depois de o lançamento norte-coreano ter sido detectado.
Matsuno afirmou que o lançamento "viola claramente as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que as autoridades japonesas estão analisando o lançamento para tentar determinar se foi ou não uma nave espacial, em breve declaração divulgada pela emissora estatal NHK.
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