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Mulher caminha em frente à display com imagens do premiê japonês, Shinzo Abe, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira, no Japão; ambos são a favor de aumentar a pressão para que a Coreia do Norte interrompa programa nuclear | KAZUHIRO NOGI/
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Mulher caminha em frente à display com imagens do premiê japonês, Shinzo Abe, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira, no Japão; ambos são a favor de aumentar a pressão para que a Coreia do Norte interrompa programa nuclear| Foto: KAZUHIRO NOGI/ AFP

Um míssil norte-coreano sobrevoou o Norte do Japão na noite desta segunda-feira (28), manhã de terça no horário local, acirrando ainda mais a tensão entre o país governado por Kim Jong-un e os Estados Unidos. O governo japonês pediu para que os moradores da região da ilha de Hokkaido fiquem em alerta. 

Ainda que a Coreia do Norte já tenha enviado mísseis ao Japão – em 1998 –, o lançamento desta segunda ocorre durante um momento de crescente tensão. Desde o início de agosto, Pyongyang vem ameaçando soltar um míssil contra o Japão e o território de Guam, onde ficam duas bases militares norte-americanas. O projétil lançado nesta segunda caiu no Oceano Pacífico. 

Leia também: Por que a Coreia do Norte ameaçou Guam, uma ilha perdida no Pacífico?

“Nós faremos o maior esforço possível para proteger a população”, afirmou o primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, à imprensa. 

Veja oito fatos que ajudam a entender este novo momento de tensão entre Estados Unidos e norte-coreanos: 

1 – Trump diz que “todas as opções estão na mesa”

Em resposta ao lançamento do míssil de Kim Jong-un, o presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (29) que “todas as opções estão na mesa”, sem especificar, no entanto, que ameaças poderiam ser tomadas. “O mundo recebeu a última mensagem da Coreia do Norte em voz alta e clara: este regime sinalizou seu desprezo pelos vizinhos, por todos os membros das Nações Unidas e por padrões mínimos de comportamento aceitável”, escreveu Trump, em um comunicado oficial da Casa Branca. 

Segundo Trump, as ações de ameaça e desestabilização tomadas por Kim só aumentam o isolamento do regime norte-coreano na região e entre todas as nações do mundo. 

2 - Lançamento é marco perigoso 

A situação desta segunda representa um perigoso marco no governo de Kim Jong Un. O ditador ordenou o lançamento de 18 mísseis somente neste ano. O pai dele, Kim Jong II, disparou 16 projéteis durante os 17 anos em que esteve no poder. No último final de semana, a Coreia do Norte já havia testado três mísseis de curto alcance no mar entre o país e o Japão. 

3 – Míssil de médio alcance

Lançado às 5h58 (horário do Japão) da região Sunan, ao Norte de Pyongyang, onde fica localizado o Aeroporto Internacional da Coreia do Norte, o míssil se partiu em três pedaços no ar. Calcula-se que o artefato tenha percorrido 2,7 mil quilômetros e alcançado uma altitude de 500 quilômetros. A Coreia do Sul e os EUA afirmaram que estavam analisando o tipo de míssil que sobrevoou Hokkaido. 

Kim Dong-yub, ex-oficial sul-coreano e analista do Instituto para Estudos do Extremo Oriente, em Seul, disse que os primeiros dados do voo sugeriam que o projétil fosse um Hwasong-12, míssil de alcance intermediário que Pyongyang havia ameaçado usar justamente contra a ilha de Guam. Segundo o especialista, também poderia se tratar de um Musudan, igualmente de médio alcance (3,5 mil quilômetros). 

4 –Kim Jong-un envia mensagem desafiadora

O regime norte-coreano não comentou especificamente sobre o lançamento de mísseis, mas publicou uma mensagem desafiando os EUA no "Rodong Sinmun", seu jornal estatal. "Os EUA precisam saber que nenhuma intimidação à República Democrática Popular da Coreia com sanções econômicas, ameaças militares e chantagens fará que a República Democrática Popular da Coreia retroceda do rumo que escolheu para si." 

5 - Japão ‘monitora’, mas não tenta derrubar ameaça

Ao contrário do que se poderia imaginar, os militares japoneses não tentaram derrubar o míssil lançado pelo país vizinho. Depois de classificar a situação como uma “ameaça grave e sem precedentes”, o premiê japonês, Shinzo Abe, disse que o governo estava "completamente ciente", monitorando o lançamento de mísseis pela Coreia do Norte e que está preparado para proteger as vidas das pessoas. 

Ele ainda afirmou que o Japão estará preparado para responder "a todas as situações" sob a aliança bilateral com os EUA para proteger a segurança. 

Um projétil norte-coreano não atravessava o Japão desde abril de 2009, quando um foguete foi lançado por Pyongyang. Um teste semelhante ocorreu em agosto de 1998. Em ambos os casos, a Coreia do Norte afirmou que se tratava de lançamentos de satélites, mas à época não foi registrada a entrada em órbita de nenhum objeto. 

6 – Reunião de emergência na ONU 

O governo dos Estados Unidos e do Japão pediram uma reunião de emergência com o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir uma resposta ao míssil norte-coreano. A reunião entre os dirigentes deve ocorrer na noite desta terça (29). 

As autoridades querem cobrar das Nações Unidas a ampliação de mecanismos de pressão sobre o ditador Kim para que Pyongyang suspenda seu programa militar.  Analistas militares consideram que, se o programa norte-coreano não for efetivamente interrompido, o regime poderia conseguir lançar um projétil carregando uma ogiva nuclear com capacidade de chegar aos EUA antes do fim do mandato do presidente Donald Trump, no início de 2021. 

7 – Coreia do Sul demonstra força 

Horas após o lançamento norte-coreano, a Coreia do Sul fez um exercício militar com mísseis em retaliação à ação de Kim Jogn-un. Foram publicadas imagens de treinos com seus recém-desenvolvidos mísseis balísticos. A demonstração de força pretende lembrar o país vizinho dos riscos que seu território também corre. 

Os mísseis sul-coreanos têm alcance estimado em cerca de 500 quilômetros, o suficiente para atingir o território norte-coreano.

8 - China pede moderação entre países

O governo da China disse nesta terça-feira (29) que a crise na península coreana chegou a um "ponto de inflexão". Em declaração, a China pediu moderação a todas as partes envolvidas no conflito e reiterou seu pedido por negociações de paz na região. 

Segundo os chineses, as pressões e sanções contra Pyongyang "não podem resolver o problema"

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