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Conflito

Coreia do Norte fala em guerra "a qualquer momento"

Comentário foi visto como um possível teste de mísseis balísticos de longo alcance, ou mesmo do terceiro teste nuclear do país

A acusação sul-coreana de que a Coreia do Norte é a responsável pelo naufrágio de um navio de guerra da Coreia do Sul é "tão grave que uma guerra poderia eclodir a qualquer momento", advertiu a Comissão Nacional de Defesa norte-coreana, nesta sexta-feira, segundo a agência de notícias Kyodo.

Qualquer colisão acidental que possa ocorrer no Mar Amarelo ou em outras áreas da fronteira bilateral marítima "levarão a uma guerra total", disse Pak Rim Su, diretor da comissão do Departamento de Política, em entrevista coletiva em Pyongyang, segundo a Kyodo.

É muito raro, e provavelmente inclusive inédito, que essa comissão, chefiada pelo líder do país, Kim Jong-il, faça uma entrevista coletiva.

Pak é um general do Exército do Povo Coreano. Ele criticou Seul por "persistentemente negar" o pedido da comissão para que a Coreia do Norte realize inspeções na área onde ocorreu o naufrágio, para checar a afirmação sul-coreana.

Pak refutou a acusação da Coreia do Sul de que a embarcação Cheonan foi afundada por um torpedo disparado de um submarino norte-coreano. Esta foi a conclusão de um grupo de investigadores de vários países.

O general qualificou o caso como uma "fabricação" de Seul. Segundo ele, a investigação sul-coreana no caso "não faz sentido".

"O regime fantoche da Coreia do Sul falsificou o afundamento do Cheonan e criou uma situação muito séria na Península Coreana, levando-a à beira da guerra", afirmou Pak.

Pak questionou ainda a composição da equipe de investigação, afirmando que os Estados Unidos possuem uma política hostil contra Pyongyang, e que o Reino Unido, a Austrália e o Canadá "agora estão cooperando com autoridades sul-coreanas".

A Coreia do Norte negou várias vezes o envolvimento no naufrágio ocorrido em 26 de março, no Mar Amarelo, que deixou 46 marinheiros sul-coreanos mortos.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que o país pretende adotar meditas "ultra fortes" para reagir, caso a Coreia do Sul busque punir o país no Conselho de Segurança da ONU, informou a Kyodo. O porta-voz não especificou quais seriam essas medidas, mas o comentário foi visto como uma indicação de um possível teste de mísseis balísticos de longo alcance, ou mesmo do terceiro teste nuclear do país.

A chancelaria da Coreia do Norte também fez fortes críticas à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que visitou nesta semana Japão, China e Coreia do Sul. Segundo a Coreia do Norte, as críticas de Hillary a Pyongyang foram "uma enxurrada de puras mentiras".

Diplomacia chinesa

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, visitou Seul, onde, segundo funcionários do governo da Coreia do Sul, ele teria dito que a China "não defenderá ninguém" responsável pelo afundamento do navio Cheonan Wen teria feito a declaração ao presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak. Isso poderia ser um sinal de que a China não apoiaria abertamente sua aliada, a Coreia do Norte, e que talvez nem mesmo se oponha a possíveis sanções contra o país comunista no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

No sábado, Wen, o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, e o presidente sul-coreano Lee iniciarão uma cúpula de dois dias de reuniões, na ilha sul-coreana de Jeoju.

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