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Diálogo

Coréia do Norte reabre as negociações sobre seu programa nuclear

Como primeiro passo, governo de Pyongyang diz estar pronto para eliminar armas atômicas

Pequim (EFE/Reuters) – Autoridades da Coréia do Norte conversaram ontem com enviados de outros cinco países — Coréia do Sul, China, Estados Unidos, Japão e Rússia — para discutir o programa nuclear desenvolvido no país. O encontro está sendo realizado em Pequim, na China, e ainda não há previsão sobre quando deverá ser encerrado. O objetivo das negociações é alcançar um acordo que leve ao fim do programa nuclear na península coreana após dez meses de boicote dos norte-coreanos, que chegaram a admitir pela primeira vez publicamente, em fevereiro passado, a existência de um programa para a fabricação de armas nucleares no país.

Os participantes não chegaram a nenhuma decisão ontem, mas os norte-coreanos disseram estar "prontos’’ para eliminar as armas nucleares do país, segundo o jornal norte-americano The New York Times. Em contrapartida, representantes dos Estados Unidos disseram "não ter intenção’’ invadir a Pyongyang, capital da Coréia do Norte, e reconheceram a soberania do país. "Para nós, a soberania da República Popular e Democrática da Coréia é uma realidade’’, afirmou o subsecretário de Estado dos EUA para o Pacífico e Extremo Oriente, Christopher Hill, que lidera a delegação norte-americana.

Recusa

Nos últimos anos foram realizadas três reuniões entre representantes dos países do grupo, sem que houvesse qualquer resultado. Na quarta reunião, que deveria ocorrer em setembro de 2004, o governo norte-coreano se recusou a participar, devido ao que chamou de "hostilidade norte-americana". As três reuniões anteriores não tiveram progressos e o negociador japonês Kenichiro Sasae, que participa da quarta rodada de negociações, afirmou que a falta de resultados concretos nessa reunião pode colocar em risco toda a discussão sobre o programa nuclear norte-coreano. Caso isso aconteça, o governo dos EUA poderá levar o assunto às Nações Unidas (ONU), e iniciar o debate sobre possíveis sanções econômicas e diplomáticas contra o país asiático, o que pode causar um conflito.

Um dos principais obstáculos para o consenso, na reunião de ontem, foi uma discussão apresentada pelos negociadores japoneses, que falaram sobre o seqüestro de cidadãos japoneses por norte-coreanos, um fato ocorrido há décadas. Os norte-coreanos disseram que o assunto está "encerrado’’, e acrescentaram que qualquer tentativa dos japoneses em debaterem o assunto com a China pode provocar o fim do debate sobre o programa nuclear.

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