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Presidente equatoriano Rafael Correa discursa no palácio presidencial | AFP
Presidente equatoriano Rafael Correa discursa no palácio presidencial| Foto: AFP

O presidente do Equador, Rafael Correa, deixou na noite desta quinta-feira (30) o hospital em Quito para onde foi levado após ser agredido durante uma manifestação durante a manhã, informou a TV estatal.

Correa conseguiu deixar o hospital, que estava cercado por policiais rebelados, após uma ação de militares. O presidente equatoriano foi levado para o palácio presidencial, onde realizou um discurso para partidários. "É um dia de profunda tristeza", disse.

Correa foi agredido na manhã desta quinta ao ir a um quartel para falar com policiais que protestavam contra o corte de benefícios, previsto por uma lei destinada ao serviço público.

Mais cedo, ele declarou que só negocia com os rebelados após o fim do protesto. Correa afirmou também, em entrevista por telefone à TV local, que se reuniu com três comissões de policiais rebelados e reafirmou a eles essa intenção.

Estado de exceção

Os protestos de policiais e militares levaram o governo do esquerdista a denunciar uma tentativa de golpe de estado e a decretar estado de exceção nesta quinta. Os protestos deixaram pelo menos um morto e vários feridos, segundo o governo.

Durante uma semana, as Forças Armadas irão às ruas para assumir a segurança pública do país.

Os protestos ocorrem porque Correa ameaçava retirar uma série de benefícios econômicos dos militares e da polícia, dentro de seu plano de austeridade e enxugamento do setor público.

O plano tem a oposição até mesmo de parlamentares do próprio partido de Correa, o que levou o presidente a manifestar a intenção de dissolver o Parlamento, como prevê a Constituição equatoriana de 2008. Para tanto, ele precisaria da aprovação do tribunal constitucional do país.

Diplomacia

A comunidade internacional manifestou-se em peso a favor de Correa e contra os protestos e a suposta tentativa de golpe.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução de apoio a Correa.

Em uma sessão extraordinária do Conselho Permanente em Washington, representantes dos países que compõem a OEA rejeitaram qualquer tentativa de desestabilização da ordem constitucional no país.

O Mercosul, bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, condenou "energicamente todo e qualquer tipo de ataque ao poder civil legitimamente constituído e à ordem constitucional e democrática do Equador", segundo nota do Itamaraty.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que os chefes de Estado da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) realizarão uma reunião de emergência nas próximas horas em Buenos Aires para analisar a rebelião. O Brasil vai enviar representante à reunião.

A Casa Branca expressou na quinta-feira total apoio dos Estados Unidos ao presidente do Equador, Rafael Correa, e exigiu um fim pacífico para a crise no país sul-americano.

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