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Justiça

Corte militar vai julgar acusados do 11 de Setembro

Cinco envolvidos nos ataques terroristas de 2001 serão condenados à morte se forem considerados culpados

Khalid Sheikh Mohammed, apontado como mentor dos atentados terroristas do 11 de Setembro | www.muslm.net/AFP
Khalid Sheikh Mohammed, apontado como mentor dos atentados terroristas do 11 de Setembro (Foto: www.muslm.net/AFP)

Cinco envolvidos nos atentados de 11 de Setembro de 2001 serão julgados em corte militar e poderão ser condenados à pena de morte, anunciou ontem o Departamento de Estado dos EUA. "Os cinco homens são acusados de serem responsáveis da preparação e execução dos atentados do 11 de Setembro de 2001 em Nova York, Washington e Shanksville (Pen­­silvânia), que mataram 2.976 pessoas", declarou o Mi­­nistério da Defesa em um comunicado.

As autoridades "deferiram o caso para uma comissão militar capital, o que significa que todos os cinco réus serão condenados à morte se forem considerados culpados", afirmou o Pentágono.

Os cinco acusados são Kha­­lid Sheikh Mohammed, Walid bin Attash, Ramzi Binalshibh, Ali Abdul Aziz Ali e Mustafa Ahmed al Hawsawi.

Os cinco devem ser julgados conjuntamente, e a primeira audiência está prevista para ocorrer dentro de um mês, a partir do momento em que os réus forem informados oficialmente da reabertura do processo.

O mais célebre deles é Kha­­lid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos mentores dos ataques, nos quais morreram outros 19 terroristas da rede Al-Qaeda.

Mohammed já havia sido levado a julgamento em 2008, mas o processo foi interrompido no ano seguinte com o plano do então recém-empossado presidente Barack Obama de fechar a prisão na base mi­­litar americana de Guan­­tánamo, em Cuba, onde eles estão encarcerados.

Sem sucesso em realocar os quase 200 prisioneiros que há dez anos esperam ali por julgamento, o presidente sugeriu então submetê-los a um tribunal civil em solo norte-americano, mas dúvidas sobre custo e segurança o demoveram da ideia.

A decisão de ontem provocou protestos de ativistas civis, para os quais um julgamento em corte militar norte-americana não seria imparcial.

Um dos problemas apontados sobre julgamentos nesses tribunais é que eles aceitam confissões sob tortura.

"O governo Obama está cometendo um erro enorme ao levar o mais importante julgamento por terrorismo dos nossos tempos para um sistema de justiça de segunda linha", declarou o diretor-executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu), Anthony Romero, em comunicado em seu website.

Os réus responderão por terrorismo, sequestro de avião, conspiração, assassinato e ataque a civis e a alvos civis.

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