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Dick Cheney teria dado a ordem para manter plano da CIA longe do Congresso | Karen Bleier/AFP
Dick Cheney teria dado a ordem para manter plano da CIA longe do Congresso| Foto: Karen Bleier/AFP

Washington - Cresceram ontem as exigências no Congresso dos Estados Unidos por uma investigação sobre novas descobertas de que um programa secreto da CIA para capturar ou matar líderes da Al-Qaeda foi ocultado dos congressistas por oito anos. O ex-vice-presidente Dick Cheney é suspeito de ter dado a ordem.

O programa, que nunca foi colocado em ação e permanece envolto em mistério, foi projetado para atingir os líderes da rede terrorista de uma forma próxima e não com ataques aéreos, nos quais há riscos de atingir civis, disseram ontem funcionários do governo com conhecimento da operação.

Os funcionários falaram em condição de anonimato. O programa foi cancelado no mês passado pelo diretor da CIA, Leon Panetta, pouco depois de ele tomar conhecimento do projeto.

Alguns congressistas democratas disseram que a falha em notificar os comitês de inteligência do Congresso violaram as leis de vigilância, que exigem que a comunidade de inteligência mantenha o Congresso informado sobre suas atividades.

A líder da Casa, presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, disse que os comitês de inteligência da Câmara e do Senado devem "tomar quaisquer ações que achem necessárias para conseguir mais informações sobre o assunto", incluindo se Cheney teve um papel direto em propor o programa secreto e em ocultar informações do Congresso.

Essa não é a primeira polêmica envolvendo CIA, Congresso e Cheney no governo Obama. Há dois meses, após a publicação de memorandos do governo Bush que justificavam o uso de técnicas de tortura, a presidente do Congresso, Nancy Pelosi, disse que a CIA sonegara informações a esse respeito ao Legislativo.

Fontes citadas pelo jornal The New York Times insistem que o plano antiterror atribuído a Cheney não está relacionado com o polêmico programa sobre detenções e interrogatórios da CIA, que inclui "waterboarding" (asfixia simulada).

Em 2001, a agência também estudou a possibilidade de realizar assassinatos seletivos contra os líderes da Al-Qaeda, segundo informaram três ex-agentes ao Wall Street Journal. O jornal aponta que essa opção foi considerada em um primeiro momento, mas teria sido descartada seis meses depois. Não está claro se a prática foi efetivamente executada pela CIA no programa que Panetta decidiu suspender, em 23 de junho.

Questionada recentemente sobre o uso de "waterboarding" em interrogatório a suspeitos, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, acusou a CIA de mentir para parlamentares sobre suas operações.

Republicanos disseram que a ação da agência não avançou a ponto de o Congresso precisar ser notificado.

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