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Palestinos fogem de área bombardeada por Israel na Faixa de Gaza: número de mortos no conflito aumenta e comunidade internacional exige trégua | Eric Gaillard/Reuters
Palestinos fogem de área bombardeada por Israel na Faixa de Gaza: número de mortos no conflito aumenta e comunidade internacional exige trégua| Foto: Eric Gaillard/Reuters

Em Foz, palestinos vivem dias de pesadelo

Longe da região de conflito, palestinos que vivem em Foz do Iguaçu, no oeste paranaense, acompanham a todo instante as notícias sobre os ataques que desde sábado já deixaram mais de 300 mortos na Faixa de Gaza. Nas lojas, restaurantes de comida típica e em casa, os televisores passam o dia todo ligados nos canais de língua árabe. O telefone e a internet também ajudam a acalmar aqueles que ainda têm familiares em meio ou nos países vizinhos de onde acontece o confronto armado.

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Lula critica ONU e tenta articular reunião

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Recife (PE), que a atual crise em Israel mostra que há falta de "coragem’’ da ONU e que as ações da organização são prejudicadas pelos Estados Unidos. Também falou que pediu ao ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) para que ligasse ao chanceler da França e organizasse uma reunião de emergência com outros países para discutir o assunto.

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  • Veja que o poderio bélico de Israel é muito superior ao do Hamas

Sderot - O governo israelense manteve ontem sua ofensiva aérea contra a faixa de Gaza pelo quarto dia consecutivo, enquanto começou a considerar uma proposta de cessar-fogo de 48 horas feita pela França.

O porta-voz do Ministério da Defesa israelense, Moshe Ronen, disse que o ministro Ehud Barak, "considera favoravelmente" a proposta para um cessar-fogo dentro e nos arredores da Faixa de Gaza. Ele deixou claro, no entanto, que se referia a uma proposta de trégua de 48 horas."Mas isso, de maneira nenhuma, nos impede de preparar uma ofensiva terrestre", acrescentou.

A proposta de cessar-fogo seria analisada na madrugada de hoje em reunião de membros do governo de Israel.

Aos ataques aéreos Israel adicionou ontem uma ofensiva marítima contra alvos do grupo fundamentalista islâmico Hamas na costa de Gaza, e a concentração de tropas e tanques na fronteira foi intensificada em preparação a uma possível invasão por terra. O total de mortos em Gaza desde o início da operação chega a 384. Os foguetes lançados pelos palestinos já mataram quatro pessoas em Israel.

De acordo com fontes diplomáticas, as negociações para a suspensão da maior ofensiva israelense contra alvos palestinos em quatro décadas ainda estavam em um estágio inicial na noite de ontem, dando a entender que ainda não há entendimento para o cessar-fogo.

A idéia surgiu em conversas mantidas nos últimos dois dias pelo chanceler francês, Bernard Kouchner, com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, com o objetivo de obter uma pausa de 48 horas nos ataques para permitir o acesso de assistência humanitária à população de Gaza.

A proposta é resultado da pressão pelo fim dos bombardeios feitos pela União Européia, cuja presidência rotativa a França exerce hoje pelo último dia, e de intensas movimentações diplomáticas envolvendo EUA, Rússia e ONU, membros do "quarteto’’ de mediadores do conflito israelo-palestino.

Após uma reunião de emergência em Paris com ministros do Exterior da UE, Kouchner revelou que o objetivo é uma suspensão duradoura da violência. "Queremos um cessar-fogo que seja permanente e que seja respeitado, com acesso humanitário, porque há muitas vítimas. E queremos o retorno do processo de paz.’’

Mas, a julgar pelas declarações de israelenses e palestinos, as metas citadas por Kouchner ainda estão distantes. Mark Regev, porta-voz do governo israelense, disse que a ajuda humanitária será facilitada, mas que isso não significa o fim dos ataques ao Hamas.

"Queremos ver comboio atrás de comboio com apoio humanitário e estamos dispostos a trabalhar de perto com a comunidade internacional para facilitar’’, disse Regev. "Mas é importante manter a pressão ao Hamas e não lhe dar chance de se reorganizar.’’

O grupo islâmico também não quis dar o primeiro passo para a trégua. "Não se pode igualar a vítima ao carcereiro’’, disse Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas. "O que é preciso agora é um esforço árabe e internacional para suspender a agressão israelense e abrir as passagens (de fronteira).’’

Alvos

Na faixa de Gaza, onde uma população de 1,5 milhão vive há mais de um ano sob bloqueio militar e econômico, os bombardeios israelenses atingiram bases de treinamento do Hamas e instalações do governo. Pelo menos cinco prédios da administração controlada pelo grupo islâmico desde junho do ano passado foram destruídos.

"A sensação é de pânico constante e de que ninguém está salvo’’, contou, de Gaza, a canadense Eva Bartlett, do Movimento de Solidariedade Internacional. "Não há remédios nem médicos em quantidade suficiente. Cada médico tem de cuidar de quatro pacientes ao mesmo tempo.’’

Apesar da pressão sobre Gaza, os disparos contra Israel continuaram. Pelo menos 40 projéteis foram lançados ontem. Um deles atingiu a cidade de Beer Sheva, a 46 quilômetros da fronteira, no ataque de maior alcance até ontem.

Pesquisa de opinião da emissora de TV Canal 10 mostra que 81% dos israelenses apóia os bombardeios, mas intelectuais e analistas políticos do país criticaram a ação na faixa de Gaza. Uma dessas vozes é a do historiador e cientista político Tom Segev, autor de artigo intitulado "Tentar ensinar uma lição ao Hamas é fundamentalmente errado’’, no qual sustenta que a estratégia de "dar uma lição’ é um princípio básico que acompanhou a empreitada sionista desde sua origem’’.

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