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Metrópoles

Crescimento das cidades agrava a favelização da América Latina e Caribe

Relatório da ONU aponta aumento de urbanização, mas também mostra que um quarto da população vive em moradias precárias

Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro: Brasil tem 30% da população urbana vivendo em favelas | Sergio Moraes/Reuters
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro: Brasil tem 30% da população urbana vivendo em favelas (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

A urbanização acelerada­­ das metrópoles latino-americanas e caribenhas, apontada pelo relatório da ONU-Habitec, teve como con­­se­­quên­­cia o aumento no número de favelas. Segundo o documento divulgado há dois dias, que apresenta dados defasados (leia mais nesta página), 111 milhões de pessoas vivem nesse tipo de moradia, o que corresponde a um quarto da população.

Para Regiane Bressan, professora de Direito Inter­­nacional das Faculdades Rio Branco, os dados assustam. "O número revela que a urbanização sem acompanhar investimento e políticas de desenvolvimento por parte do estado não é positivo", diz.

As favelas são apontadas por Regiane como um problema muito grande. "São espaços que concentram população pobre sem infraestrutura, com baixas condições de educação e atendimento à saúde. Por isso temos uma sociedade desigual."

Evolução

De acordo com Friedmann Wendpap, professor de Di­­reito Internacional da Uni­­versidade Tuiuti do Paraná e colunista da Gazeta do Povo, os números são alarmantes, mas podem representar uma evolução. "A vida urbana é boa para as pessoas. Quem vive em favelas possui uma perspectiva de ascender socialmente que não encontraria no campo", observa.

Segundo o professor, o melhor exemplo é lembrar que as favelas urbanas são povoadas por pessoas que moravam, antes, em taperas de varas trançadas no barro, como num cenário do personagem Jeca Tatu, criado por Monteiro Lobato.

"É horrível que exista tanta gente nas favelas, mas a urbanização é algo irreversível. A situação dessas pessoas vai melhorar conforme o estado incorpore esses espaços de moradia mais pobre."

O relatório contrasta o nú­­­­­­­­­­mero de moradores em fa­­­­­­­­ve­­­­las em diversos países. Hai­­ti é o pior e tem cerca de­­­­­­­­ 70% de sua população vi­­ven­­­­do en casebres improvi­­sados. O Suriname, no outro­­ extremo da lista, tem me­­­­nos­­ de 5%.

O Brasil fica um­­ pouco­­ aci­­ma da média, de­­ 24%, com­­­­ quase 30% de sua­­ socie­­da­­de vivendo nessas­­ mo­­­­ra­­dias.

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