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Kim Jong-un, ditador da Coreia do Norte| Foto: Reprodução/Wikipedia/Kremlin

A imprensa estatal da Coreia do Norte disse no fim de semana que mais de 150 crianças abrigadas em orfanatos estatais estão se "voluntariando" para trabalhar em minas de carvão e fazendas administradas pelo governo. A idade dos "voluntários" não foi informada, mas fotos divulgadas pela agência de notícias KCNA sugerem que eles têm entre 12 e 16 anos.

"Dezenas de crianças órfãs correram para o Complexo de mineração de carvão da área de Chonnae para cumprir seu juramento de retribuir apenas um milionésimo do amor que o partido demonstrou" ao oferecer-lhes material escolar ao longo dos anos, informou a KCNA.

De acordo com o site especializado em Coreia do Norte NK News, relatos de jovens entusiasmados se oferecendo para fazer trabalho pesado são comuns na mídia estatal do país, mas se intensificaram nos últimos meses como parte de uma campanha para "mostrar jovens cidadãos exemplares que incorporam traços comunistas e um espírito de abnegação". Contudo, as imagens divulgadas no fim de semana se destacam por mostrar crianças que deveriam estar concluindo o ensino fundamental.

A correspondente da BBC Laura Bicker relatou, em uma matéria publicada em fevereiro, as péssimas condições de trabalho nas minas de carvão da Coreia do Norte, após entrevistar norte-coreanos que fugiram da ditadura. "As condições que eles descreveram eram horríveis. Eles mencionaram acidentes fatais regulares e longas horas de trabalho árduo com pouca comida", escreveu ela, concluindo que "poucos escolheriam este trabalho" de forma voluntária.

Há anos organizações de direitos humanos acusam a ditadura comunista norte-coreana de promover trabalho infantil forçado. A Coreia do Norte nega, mas as recentes imagens publicadas pela imprensa estatal devem gerar ainda mais preocupação sobre os abusos cometidos pelo regime.

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