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Homem segura bandeira que remete à extinta União Soviética durante protesto pró-Rússia em frente ao parlamento da Crimeia, em Simferopol | Reuters/David Mdzinarishvili
Homem segura bandeira que remete à extinta União Soviética durante protesto pró-Rússia em frente ao parlamento da Crimeia, em Simferopol| Foto: Reuters/David Mdzinarishvili

Ministro da Ucrânia diz que referendo é inconstitucional

O ministro da Economia da Ucrânia afirmou nesta quinta-feira que um referendo sobre o status da Crimeia, planejado por líderes pró-Rússia na região, é ilegal.

"Minha posição é que este referendo é inconstitucional", disse o ministro Pavlo Sheremeta a jornalistas na capital Kiev, reiterando a posição do governo em relação à decisão de novos líderes da Crimeia de realizar um referendo em 16 de março.

O vice-presidente do Parlamento regional na Crimeia afirmou que o referendo deve perguntar aos eleitores se eles querem fazer parte da Federação Russa.

O Parlamento da Crimeia aprovou nesta quinta-feira (6) a adesão da região à Rússia, e o governo local, apoiado por Moscou, marcou um referendo sobre o tema para dentro de dez dias, numa dramática escalada da crise na península ucraniana do mar Negro.

A repentina aceleração das manobras para colocar formalmente a Crimeia sob o controle russo ocorre enquanto os líderes da União Europeia (UE) se reúnem para uma cúpula emergencial, buscando formas de pressionar a Rússia a recuar e aceitar a mediação.

A Crimeia, no sudeste da Ucrânia, tem população de maioria étnica russa, e na prática foi ocupada por forças russas. Segundo a agência russa de notícias RIA, o Parlamento regional aprovou por unanimidade "a entrada na Federação Russa, com os direitos de um súdito da Federação Russa".

O vice-premiê regional disse que o referendo sobre o status da região acontecerá em 16 de março.

Diplomatas dizem que esse anúncio provavelmente não foi feito sem o aval do presidente russo, Vladimir Putin, numa situação que eleva o tom do mais sério conflito leste-oeste desde o fim da Guerra Fria.

Os líderes da UE parecem inclinados a alertar a Rússia por sua intervenção militar na Ucrânia, mas sem impor sanções a Moscou. Não está imediatamente claro qual será o impacto das decisões na Crimeia.

Ao chegar para a cúpula, o presidente da França, François Hollande, disse a jornalistas que "haverá a mais forte pressão possível sobre a Rússia para começar a reduzir a tensão, e dentro da pressão há, evidentemente, o eventual recurso a sanções".

Durante discussões na quarta-feira em Paris, o chanceler russo, Sergei Lavrov, se recusou - apesar da pressão dos EUA e da UE- a se reunir com seu novo homólogo ucraniano ou iniciar um "grupo de contato" para buscar uma solução para a crise. Os dois ministros voltarão a se encontrar novamente na quinta-feira em Roma.

A tensão continua elevada na Crimeia, onde um alto representante da ONU foi cercado por uma multidão pró-Moscou, sendo ameaçado e obrigado a voltar ao seu avião e ir embora do país.

A cúpula da UE em Bruxelas dificilmente adotará mais do que medidas simbólicas contra a Rússia, maior fornecedor de gás para a Europa, porque nem a Alemanha -potência industrial do continente - nem a Grã-Bretanha - centro financeiro da UE - querem trilhar esse caminho.

Os EUA já anunciaram a disposição de adotar sanções como a proibição de vistos, congelamento de bens de autoridades russas específicas e restrições a transações comerciais. Washington diz que essas medidas podem ser adotadas já nos próximos dias.

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