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São Petersburgo, Rússia – A grave crise no Oriente Médio e o temor de que a mesma possa gerar um conflito aberto marcarão a cúpula de chefes de Estado ou de Governo do G8 que começa hoje. Os líderes dos sete países mais desenvolvidos do mundo (EUA, Japão, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Canadá) e da Rússia começaram a chegar ontem São Petersburgo (Rússia). O encontro só começará oficialmente à noite, com um jantar, e se estenderá até segunda-feira.

A segurança energética e o desenvolvimento seriam os principais assuntos da reunião de São Petersburgo, mas o agravamento dos ataques israelenses no Líbano e em Gaza mudou a pauta. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, teve ontem uma ativa jornada de conversas telefônicas com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, o rei Abdullah II da Jordânia e o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora. Por sua vez, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, falou com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, segundo o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.

Bush e o presidente russo, Vladimir Putin, tratarão da questão na reunião bilateral que celebram hoje antes da cúpula.

Outros líderes que participarão da reunião demonstraram, pouco antes de viajarem para São Petersburgo, sua preocupação com a evolução dos eventos no Oriente Médio. O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, se disse "muito preocupado" e "repudiou" a escalada da violência protagonizada por Israel.

O encontro dos líderes do G-8 terá um forte esquema de segurança. Antes mesmo da chegada dos presidentes, as manifestações foram proibidas e houve dezenas de prisões. Organizações antiglobalização, como a Trade Union Solidarity Action Commitee e a Second Russian Social Forum, denunciaram a prisão de cem ativistas nos últimos dias. O jornal The Saint Petersburg Times registrou na edição de ontem a condenação de 12 ativistas a períodos de 10 a 15 dias de prisão, sob acusações como "urinar na rua" e "xingar a polícia" e o indefinido pretexto de "violência".

Uma manifestação de inúmeras correntes contrárias à reunião do G-8, entre as quais grupos anarquistas, havia sido marcada para ocorrer entre hoje e segunda-feira. Mas acabou abortada pelas autoridades policiais.

Além de barrar tumultos considerados habituais em reuniões de líderes mundiais e demonstrar a ordem que prevalece na Rússia, o principal objetivo das forças de segurança foi o de evitar a repetição do dramático episódio que antecipou o final da reunião de cúpula do G-8, em 2005, em Gleaneagles, na Escócia. Em 7 de julho do ano passado, três trens do metrô de Londres e um ônibus foram atingidos por explosões de bombas, causando cerca de 50 mortes. A segurança não vem divulgando alertas de atentados terroristas.

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