
A crise na Argentina cresce em razão da falta de acordo entre os parlamentares da comissão encarregada de analisar a validade dos Decretos de Necessidade e Urgência (DNU), equivalente às Medidas Provisórias do Brasil, baixados pela presidente Cristina Kirchner e que detonaram um conflito no sistema financeiro.
Os líderes governistas rejeitaram as propostas da oposição sobre o DNU de exoneração do presidente do Banco Central, Martín Redrado, e o DNU que permite o uso das reservas internacionais do BC por meio do chamado Fundo do Bicentenário, criado para pagar os serviços da dívida pública em 2010.
Para ganhar tempo, a oposição rejeitou um dos três juízes da Câmara de Contencioso Administrativo, responsável pelo julgamento dos recursos interpostos pelo governo contra sentenças de primeira instância que anularam ambos os decretos. Agora, esta instância do Judiciário terá de convocar outro magistrado, processo que soma mais tempo na busca de uma solução para o problema.
Há uma semana que a Argentina está mergulhada em uma crise político-institucional provocada pela tentativa do governo de usar US$ 6,5 bilhões das reservas.
Diante da resistência de Redrado em cumprir as ordens da Casa Rosada, Cristina Kirchner o demitiu por decreto, mas ele conseguiu o aval da Justiça para manter-se no cargo.
A Corte Suprema, equivalente ao Supremo Tribunal Federal brasileiro, e o candidato do governo a assumir a presidência do BC, Mario Blejer, pediram à presidente que faça um acordo público com Redrado e a oposição para solucionar o impasse. Porém, o pedido parece não ter sido escutado.
Embargo
Martín Redrado, que se mantém no cargo por medida judicial, afirmou na noite de ontem que as contas da autoridade monetária no Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, continuavam congeladas. A declaração desmentiu informação do governo de que o juiz norte-americano, Thomas Griesa, havia suspendido o embargo dos ativos.
Em entrevista à emissora de tevê Todo Notícias, Redrado estimou que os embargos deverão ser suspensos na próxima semana. Segundo ele, "não há razão" para que as contas continuem embargadas.



