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Três anos depois de encerrar o ciclo Jacques Chirac, as suspeitas de caixa 2 na mais alta esfera do poder voltaram a assombrar a França. Com a popularidade em baixa, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, não é alvo de pedidos de impeachment, mas vê as reformas propostas por seu governo ameaçadas e seu espaço político ser ocupado pela extrema direita, a apenas dois anos de eleições majoritárias.

O inferno de Sarkozy teve início há 15 dias, quando o site Mediapart revelou o conteúdo de gravações clandestinas dos diálogos da milionária Liliane Bettencourt, herdeira da L'Oréal. As fitas levantavam suspeitas de um esquema de evasão fiscal envolvendo a empresária. As conversas também indicam a suposta omissão do então ministro do Orçamento, Eric Woerth, hoje ministro do Trabalho.

Uma vez que o escândalo envolveu o Palácio do Eliseu, investigações têm sido abertas nos ministérios públicos de Nanterre e Paris para apurar uma série de coisas: a existência de um caixa 2, a relação entre Woerth e Liliane e a origem das gravações clandestinas.

Com o envolvimento da Justiça e da polícia, o caso tornou-se assunto de Estado, com Sarkozy no centro das atenções. Segundo analistas, o estágio incipiente das investigações não permite que se saiba até aonde irá a crise. "É cedo para projetarmos o futuro político do presidente", diz Dominique Reynié, do Instituto de Ciências Políticas de Paris.

O que parece evidente é que, mesmo diante das provas, um impeachment é improvável. O melhor exemplo vem do antecessor de Sarkozy, Jacques Chirac, que por 25 anos conviveu com suspeitas de ter organizado um esquema de financiamento ilegal com base em contribuições de empreiteiras que venceram licitações durante sua gestão na prefeitura de Paris, entre 1977 e 1995.

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