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Cuba adotou um tom moderadamente conciliatório em relação aos Estados Unidos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (28), dizendo que está pronta para normalizar as relações e, até que isso ocorra, quer trabalhar com Washington na luta contra o contrabando de drogas e de pessoas, proteger o meio ambiente e enfrentar os desastres naturais.

O ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodriguez, disse que Cuba se aproximou do governo norte-americano com "uma série de tópicos essenciais" que considera imperativos para melhorar as relações bilaterais, incluindo a abolição da política de imigração chamada de "pé seco, pé molhado", que permite que quase todos os cubanos que chegam ao solo norte-americano permaneçam no país, enquanto os que são capturados no mar são deportados.

Por outro lado, Cuba exige a devolução do território ocupado pela base naval dos EUA na Baía de Guantánamo e o fim dos recursos federais para transmissões de rádio e televisão contrárias ao governo cubano dirigidas para a ilha a partir da Flórida, que fica a uma distância de 145 quilômetros.

Rodriguez não disse o que o governo do presidente Raúl Castro pode oferecer em troca de tais concessões, mas também pediu que Washington descarte, unilateralmente, o embargo econômico de 47 anos e retire a ilha comunista de sua lista anual de países que patrocinam o terrorismo.

Diplomatas cubanos e norte-americanos realizaram conversações de um dia para discutir imigração, em julho, e outra rodada de diálogos para restaurar o serviço direto de correio entre os dois países neste mês. Rodriguez chamou estas negociações de "respeitosas e proveitosas" e disse que Havana quer que os dois lados se reúnam novamente para discutir o aumento da cooperação na luta contra o tráfico de drogas e de pessoas, bem como a melhor proteção do meio ambiente e como responder aos furacões e outros desastres naturais.

Rodriguez deixou de lado muitas considerações antiamericanas que dominaram as declarações cubanas ante a Assembleia Geral e outros organismos mundiais, dizendo que Obama assegurou "o fim de um período de extrema agressividade, unilateralismo e arrogância na política externa".

Rodriguez ainda teve tempo de responsabilizar a "direita fascista" dos EUA por ajudar os militares hondurenhos a realizarem o golpe que derrubou o presidente Manuel Zelaya em junho, e acusou interesse norte-americanos de falar mal do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que envia mais de 100 mil barris de petróleo diariamente, e sem custos, para Cuba, ajudando a manter a economia da ilha. "As calúnias e mentiras ditas contra a república bolivariana da Venezuela são brutais", disse Rodriguez,

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