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Um jornalista dissidente que recusou comida e água por uma semana foi levado às pressas para a unidade de terapia intensiva de um hospital na região central de Cuba após perder a consciência, disse um porta-voz da família nesta quarta-feira. Guillermo Farinas, que escreve artigos na internet desafiando o controle estatal, foi hospitalizado perto de sua casa na cidade de Santa Clara por volta do meio-dia, disse Licet Zamoro, porta-voz da família.

Ele reclamou de dores de cabeça e dos pés e Zamoro disse que as família estava esperando que ele perdesse a consciência para levá-lo ao hospital. Farinas já entrou em greve de fome 24 vezes desde 1997 e disse desta vez que estava preparado para morrer em homenagem a Orlando Zapata Tamayo, um trabalhador da construção civil detido que morreu no dia 23 de fevereiro após recusar comida por semanas. A Anistia Internacional considerava Zapata como "prisioneiro de consciência". Ele foi detido em 2003 e acusado de desacato à autoridade, mas sua sentença foi ampliada por ativismo atrás das grades.

Farinas foi um dos cinco opositores do governo - dos quais quatro estão na prisão - a parar de comer em sua homenagem. Dois dos prisioneiros já suspenderam o protesto.

Farinas disse que sua greve de fome também é pela libertação de 33 presos políticos que estão com a saúde debilitada.

O governo cubano não respondeu aos pedidos de comentários feitos por e-mail.

Em Genebra, o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, recusou-se a dizer se um investigador de torturas da Organização das Nações Unidas (ONU) poderá examinar as prisões cubanas, apesar dos protestos internacionais pela morte de Zapata Tamayo. Ele disse que Cuba convidou a ONU, mas quer negociar as condições para a visita.

Os investigadores da ONU não aceitam restrições sobre com quem eles podem falar e que prisioneiros podem ver. Isso os impediu de investigar a Rússia e os prisioneiros norte-americanos da Baía de Guantánamo.

Rodriguez chamou Zapata Tamayo de criminoso comum, mas não se referiu a ele pelo nome. O governo cubano se refere a todos os dissidentes como agentes pagos por Washington, que tem como objetivo de depor o regime comunista.

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