
Apesar do baixo risco de que uma epidemia de Ebola chegue à Europa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os maiores países do continente estão preparando estruturas de saúde pública para a eventualidade. O Ministério da Saúde da França confirmou ontem ter ordenado que nove hospitais do país criem centros de acolhimento de emergência de potenciais pacientes.
No Reino Unido, há suspeitos em "quarentena voluntária". Os hospitais mobilizados na França estão nas cidades de Paris, Lille, Rennes, Bordeaux, Estrasburgo, Marselha e Lyon, além de uma base das Forças Armadas na cidade de Saint-Mandé.
A informação, até então mantida sob sigilo, foi revelada pelo jornal Le Parisien. De acordo com nota do Ministério da Saúde, o risco de importação do vírus é baixo, mas não pode ser excluído. "Diante do caráter virulento dessa doença uma vigilância excepcional se impõe", justificou a autoridade sanitária.
Todos os hospitais vão dispor de um serviço de doenças infecciosas, de uma central de reanimação com quartos isolados, de um laboratório preparado para garantir o confinamento do vírus e também de helipontos para o transporte de passageiros.
As medidas foram tomadas sem que nenhum paciente infectado pelo vírus tenha sido identificado na Europa, além do padre Miguel Pajares, internado em Madri, em estado estável após ter sofrido o contágio na Libéria (leia mais nesta página).
O governo do Reino Unido, porém, confirmou na semana passada ter "várias pessoas" em "quarentena voluntária", suspeitos de terem entrado em contato com o vírus na África. Um paciente vem sendo "monitorado de perto" em Cardiff, no País de Gales.
Espanhol recebe droga experimental produzida em laboratório dos EUA
Agência Estado
A Espanha importou dos EUA um medicamento experimental contra o Ebola para tratar o missionário espanhol Miguel Pajares, que foi retirado da Libéria após ser diagnosticado com a doença. O Ministério da Saúde espanhol informou ontem que a droga ZMapp, produzida pela Mapp Biopharmaceutical Inc., de San Diego, foi trazida de Genebra para Madri. Pajares está internado em uma ala isolada do Hospital Carlos III, na cidade espanhola.
Segundo autoridades do país, a Espanha conseguiu permissão do laboratório responsável para usar o medicamento e, com ajuda da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos Médicos sem Fronteiras, importou o Zmapp. O ministério afirmou que o uso da droga respeita a legislação, que permite a dosagem de medicamentos ainda não testados em pacientes com doenças mortais que não possam ser tratadas com outros métodos.



