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Crise

Cúpula de países ibero-americanos condena golpe em Honduras

Líderes não chegam a consenso sobre a legitimidade das eleições do último domingo e pedem a volta de Zelaya ao poder

Lula com líderes antes da foto oficial da Cúpula Ibero-Americana, em Estoril: Brasil não reconhece eleições hondurenhas | Tomas Bravo/Reuters
Lula com líderes antes da foto oficial da Cúpula Ibero-Americana, em Estoril: Brasil não reconhece eleições hondurenhas (Foto: Tomas Bravo/Reuters)

A Cúpula Ibero-Americana condenou ontem o golpe de Estado em Honduras e pediu a restituição do presidente deposto José Manuel Zelaya ao cargo. Os presidentes e chefes de governo dos países da América Latina, de Por­­tugal, da Espanha e de Andorra "consideram que a restituição do presidente José Manuel Zelaya ao cargo para o qual foi democraticamente eleito, até completar seu período constitucional, é um passo fundamental para o retorno à normalidade constitucional", afirmou a declaração. Mes­­mo assim, não houve consenso na cúpula sobre as eleições hondurenhas e elas não foram mencionadas na declaração final.

Os líderes ibero-americanos não conseguiram vencer o ra­­­cha, que divide a América La­­ti­­na, entre os países que apoiam a eleição como única saída viável à crise política em Honduras, após cinco meses de negociações fracassadas, e aqueles que criticam o pleito como legitimização do golpe, já que o presidente de­­posto Manuel Zelaya não foi restituído.

Os líderes chamaram o golpe que afastou Zelaya do cargo em 28 de junho de "inaceitável". O golpe em Honduras foi o primeiro na América Central e na Amé­­rica Latina desde 1993, quando aconteceu o golpe na Guatemala.

O comunicado final do en­­contro parece refletir uma clara vitória dos líderes regionais latino-americanos, Brasil, Argen­­tina e Venezuela, que se opõem a qualquer reconhecimento das eleições que aconteceram no domingo em Hon­­duras. O texto, no en­­tanto, não foi aprovado como uma resolução oficial, devido à grande discrepância de opiniões entre os países sobre as eleições hondurenhas no do­­min­­go passado, que deram a vitória ao candidato conservador Porfirio Lobo.

"Alguns dirão que o comunicado final do encontro foi longe demais, outros dirão que não foi", disse o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.

O comunicado do encontro também fez um "apelo enérgico" às autoridades do governo de fato de Honduras pela segurança de Zelaya, que está abrigado na Em­­baixada do Brasil em Te­­gucigalpa.

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