Paris A centenas de quilômetros de altitude, os satélites detectam variações de temperatura, vegetação ou coloração da água na superfície da Terra, dados preciosos que poderiam permitir antecipar as ondas de epidemias mortais do Senegal à Argentina. "Existe atualmente uma certa quantidade de doenças transmissíveis vinculada a modificações do meio ambiente e fundamentalmente do clima", explica Antonio Guell, encarregado da valorização dos satélites do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) da França.
A malária, as diferentes formas de meningite, as doenças bacterianas como a cólera ou as febres hemorrágicas transmitidas por mosquitos ameaçam "uma população de 3,5 bilhões de indivíduos, deixam 3 milhões de mortos por ano e matam entre 15 e 20 milhões de cabeças de gado", destaca.
A idéia de explorar os dados dos satélites é discutida há 20 anos na França, mas agora deve passar à prática. "Vamos agregar à informação de epidemiologia clássica dados de imagens de satélite sobre vegetação, chuva, temperaturas superficiais do oceano, correntes, nuvens, formas das nuvens, transporte de poeira, etc.", diz Guell.
Os cientistas poderão, por exemplo, dizer aos fazendeiros do Senegal que levem seus animais para pastar perto de uma determinada área alagada ao invés de outra.



