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A divergência sobre onde será sepultado o corpo do presidente Hugo Chávez parece estar perto do fim. Nesta quinta-feira, segundo venezuelano "El Nacional", especialistas avaliaram que o presidente em exercício Nicolas Maduro poderia baixar um decreto presidencial determinando o sepultamento de seu antecessor no Panteão Nacional, onde já estão os restos de Simón Bolívar, herói da independência da Venezuela e de vários outros países da América Latina.

Embora seja crescente o clamor, especialmente entre os militares, pelo sepultamento de Chávez no Panteão, a Constituição determina que o local é destinado a "venezuelanos e venezuelanas que tenham prestado serviços eminente à República, transcorridos 25 anos de suas mortes". Ouvido pelo jornal, o historiador José Jiménez disse que a norma constitucional pode ser contornada tanto por uma decisão da Assembleia Nacional, quanto por um decreto presidencial.

Praticamente garantindo que a Assembleia Nacional irá votar a favor, caso o assunto entre em pauta, Diosdado Cabello disse em sua conta no Twitter que "será feito de tudo para que Chávez seja sepultado no Panteão". Alheio a polêmica, o ex-ministro da Comunicação Ernesto Villegas disse a decisão sobre onde Chávez será sepultado caberá à família e será respeitada pelo governo.

"Me somo à maioria do povo venezuelano que pede que nosso comandante seja sepultado no Panteão Nacional. Faremos de tudo na Assembleia Nacional para que assim seja", afirmou. "Hoje (quarta-feira), do hospital militar até o Forte Tiuna, o povo dizia: 'Chávez no Panteão, ao lado de Simón'. A voz do povo é a voz de Deus."

O Panteão Nacional é uma antiga igreja, a da Santíssima Trindade de Caracas, transformada em 1874 em monumento para abrigar os restos mortais dos heróis da independência e de grandes líderes do país. Atualmente, o Panteão abriga os restos de 144 pessoas, incluindo nove presidentes da República.

Recentemente, o complexo, de 2.300 metros quadrados, 50 metros de altura e 17 andares, passou por uma ampla reforma, cujo orçamento foi alvo de contestação: o custo original do projeto era US$ 78 milhões, mas atrasos e mudanças aumentaram o valor final para estimados US$ 140 milhões. E, desde o ano passado, já se especulava que a obra, considerada um tanto megalomaníaca, visava ao enterro do próprio Chávez.

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