
Mês passado, Burhan Hassan, americano de 17 anos, desapareceu após dizer à família que estava indo pegar uma carona com um amigo para a escola nos EUA. Trinta dias depois, ele entrou em contato com a mãe: "Estou na Somália. Não se preocupe comigo. Estou bem", retratou a rede CNN.
"Agora que ele se foi, não consigo dormir", disse Amina, a mãe de Burhan, à emissora.
Burhan é um dos americanos de origem somali que estão abandonando a vida nos EUA para se tornar guerrilheiro na Somália. De acordo com investigação do FBI (polícia federal americana), a maior parte dos jovens vivia na cidade de Minneapolis (Minnesota). Mas também há extremistas sendo forjados em Boston (Massachusetts), Portland (Maine) e Columbus (Ohio).
Entre a comunidade somali em Minneapolis comenta-se que o destino do jovens são os grupos extremistas que conduzem a jihad (guerra santa) no empobrecido país africano, que vive há décadas um vácuo de poder. Alguns chegam a ligar para os pais nos EUA pedindo que eles não procurem por eles.
A preocupação de famílias e de autoridades aumentou depois que um americano, identificado como Shirwa Ahmed, de 27 anos, explodiu-se em um atentado suicida no Norte da Somália, em outubro deste ano.
Amina se recusa a acreditar que o filho possa ter o mesmo destino que Shirwa.
"Estou me sentindo vazia, como se eu não tivesse nada", disse.
A somali, grávida de Burhan, abandonou o país em que nascera para fugir da violência. O local escolhido: os EUA. Para Burhan, a vida mais tranqüila na América não foi suficiente para mantê-lo afastado dos perigos de uma nação em estado constante de guerra.
A mulher conta que, pouco antes de desaparecer, o filho havia mudado radicalmente de comportamento, ficando recluso. Somalis que vivem em Minneapolis afirmam que um grande número de desaparecidos teriam freqüentado o mesmo centro islâmico na cidade. O Abubakar As-Saddique Islamic Center negou qualquer envolvimento.



