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Europa

Deputados da França aprovam teste de DNA para imigrantes

Oposição alega que a medida é discriminatória; cada exame custa em média US$ 420

José Dumont na pele do retirante Deraldo, que é confundido com um criminoso | Divulgação/Raiz Filmes
José Dumont na pele do retirante Deraldo, que é confundido com um criminoso (Foto: Divulgação/Raiz Filmes)

Paris – A câmara baixa do Parlamento da França, a chamada Assembléia Nacional, aprovou ontem uma medida que permitirá aos funcionários consulares pedirem testes de DNA a imigrantes que desejam viver com parentes na França. O Parlamento também aprovou outras medidas que restringem a imigração.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu os testes de DNA e disse que o país não deverá parar com essa nova medida. Em entrevista exibida em cadeia nacional na noite de ontem, Sarkozy sugeriu que a imigração deveria ser limitada por cotas que seriam fixadas para cada região do mundo.

A França, como muitos países europeus, tenta encontrar maneiras de restringir a imigração ilegal, em grande parte proveniente da África. O governo, recentemente, pressionou a polícia francesa a acelerar a expulsão de imigrantes clandestinos.

A Assembléia Nacional aprovou por 91 votos a favor e 45 contra a medida que permite os testes de DNA para imigrantes até 2010 – uma medida que críticos dizem trair os valores humanitários da República Francesa. Até alguns ministros do gabinete foram contrários à medida.

"Isso agora não é mais um debate entre esquerda e direita – é um debate dentro das nossas próprias consciências," disse Patrick Braouezec, deputado do Partido Comunista Francês, de oposição. A medida que permite testes de DNA em imigrantes foi apresentada pelo ministro da imigração, Brice Hortefleux, um amigo de longa data de Sarkozy.

Para a medida virar lei, precisará ser aprovada pelo Senado, que deverá analisar e votar a matéria em 2 de outubro. A medida permitirá que consulados e embaixadas da França peçam testes de DNA para pessoas que buscam vistos de permanência de longo prazo na França, para viver junto a familiares. O teste de DNA será voluntário. O objetivo declarado da medida é provar que existem laços de parentesco, em casos nos quais os funcionários da diplomacia francesa têm dúvidas sobre a autenticidade de certificados de casamentos, certidões de nascimentos e outros documentos.

A oposição diz que a medida é discriminatória. O custo do teste de DNA deverá ser responsabilidade do candidato a imigrante. Cada teste tem um custo médio de US$ 420.

Sarkozy disse ontem que não "está chocado" com a medida, ao dizer que sua aplicação é voluntária e onze países europeus já adotam medidas restritivas à imigração.

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