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Os controles mais rígidos na fronteira e um desaquecimento no setor da construção civil nos EUA estão contendo o crescimento das remessas que os imigrantes enviam para a América Latina, desafiando a região a reduzir sua dependência delas.

A quantia remetida por mexicanos no exterior caiu 5,5 por cento em maio, primeira redução desde 1999, e vários países latino-americanos prevêem que neste ano o crescimento dos fluxos de remessas será bem mais moderado.

O México foi o principal receptor de divisas na América Latina no ano passado, com 23 bilhões de dólares, vindos principalmente dos EUA.

O Brasil ocupou o segundo lugar, com 7,4 bilhões de dólares; em seguida vem a Colômbia, com 4,6 bilhões.

"As remessas seguramente sofrerão uma desaceleração. Não devemos depender nelas. Temos de impulsionar nossa base produtiva, especialmente de exportações", disse à Reuters a presidente do Banco Central hondurenho, Gabriela Núñez.

A maioria dos imigrantes latino-americanos vive e trabalha nos EUA, especialmente em empregos menos qualificados, como cozinheiros, jardineiros e operários.

O dinheiro que eles enviam às suas famílias aumentou drasticamente nos últimos anos, dando impulso às economias dos seus países e fortalecendo as moedas locais.

Os fluxos transferidos são equivalentes a 21 por cento do PIB de Honduras. Situação semelhante se repete nos vizinhos El Salvador e Guatemala.

O fracasso da reforma migratória no Congresso dos EUA, no mês passado, um aumento nas deportações de imigrantes ilegais e a construção de um muro na fronteira com o México dificultam a entrada de novos latino-americanos nos Estados Unidos e complica o trabalho para os que já estão ali.

As remessas para o México cresceram 15 por cento em 2006, mas só 1,7 por cento nos primeiros cinco meses deste ano, e o declive de maio foi um claro sinal de alerta.

Economistas dizem que as nações latino-americanas precisam usar o dinheiro enviado pelos imigrantes para estimular o crescimento, promovendo a abertura de contas bancárias, o investimento em fundos de pensão e empréstimos para iniciar negócios.

"O objetivo é encontrar caminhos para que esses fluxos possam ter um maior impacto no desenvolvimento, oferecendo aos migrantes e às suas famílias mais opções para obter mais do seu dinheiro", disse recentemente na Guatemala Donald Terry, administrador do fundo de investimentos multilateral do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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