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Relíquias

Descoberta antiga de Israel em Jerusalém irrita muçulmanos

Dirigentes muçulmanos intensificaram neste domingo (18) os pedidos para Israel abandonar as polêmicas escavações em Jerusalém, dizendo que ficaram irritados por não terem sido informados antes sobre a descoberta de relíquias no local há três anos.

O arqueólogo Yuval Barcuch, da Autoridade de Antiguidades, descreveu em artigo sem data e divulgado agora no site da instituição como uma tempestade de neve derrubou uma rampa que leva a duas grandes mesquitas da Cidade Antiga de Jerusalém em 2004, expondo um "vestíbulo com domo" que pode ter sido uma antiga escola muçulmana.

A rampa de Mughrabi tornou-se um tema polêmico neste mês, desde que Israel retomou as escavações no local, provocando manifestações palestinas violentas e temores de que o complexo que abriga a mesquita de Al Aqsa e o Domo da Rocha seja afetado.

Israel afirma que o objetivo das escavações é encontrar relíquias arqueológicas antes da reforma da rampa, que começa no Muro das Lamentações, sagrado para os judeus, e leva ao complexo religioso, onde existiram dois templos bíblicos judaicos.

Autoridades israelenses afirmam que não há risco aos lugares sagrados muçulmanos. Mas o Waqf, organismo apoiado pela Jordânia que supervisiona os locais sagrados muçulmanos em Jerusalém, disse que a publicação sobre a descoberta é uma evidência da má fé de Israel.

"Eles não nos contataram", disse à Reuters o diretor do Waqf, Adnan Husseini. "Eles estão trabalhando sozinhos, e isso já traz graves consequências." Husseini disse que o vestíbulo data do século 12. "Acho que (a publicação) deveria ser um passo na direção do fim de todo o trabalho de escavação no local. Se eles continuarem, significa que estão destruindo o caráter islâmico da cidade", disse.

No artigo, Baruch detalhou o histórico das escavações israelenses, mas não disse o que foi feito com o vestíbulo. Contatado por telefone, ele se recusou a responder a questões, direcionando todas as dúvidas para a porta-voz da autoridade, que é financiada pelo governo. A porta-voz não foi encontrada de imediato.

Israel, em tentativa de conter a ira muçulmana, anunciou na semana passada que congelaria os planos de construção de uma nova rampa e convidou uma equipe turca para inspecionar a escavação.

Israel capturou a Cidade Antiga, junto com Jerusalém Oriente árabe, na guerra de 1967 e anexou a área como sua capital, em medida que não foi reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital do Estado que esperam estabelecer na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

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