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Antropologia

Descoberto um novo elo entre macacos e humanos

Fósseis encontrados na África do Sul revelam hominídeo que mistura traços de primatas primitivos e de povos mais modernos

Fóssil de 2 milhões de anos encontrado em caverna na África do Sul: novo capítulo na história da evolução humana | Cortesia de Lee Berger/Brett Eloff/AFP
Fóssil de 2 milhões de anos encontrado em caverna na África do Sul: novo capítulo na história da evolução humana (Foto: Cortesia de Lee Berger/Brett Eloff/AFP)
Veja onde foi achado o fóssil e como ele se encaixa na evolução humana |

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Veja onde foi achado o fóssil e como ele se encaixa na evolução humana

Dois esqueletos de quase 2 mi­­lhões de anos descobertos na África do Sul pertencem a uma espécie desconhecida que os cien­­tistas dizem que pode ser o elo de transição entre macacos ancestrais e humanos modernos.

Os fósseis apresentam traços das duas linhagens e receberam o nome científico de Austra­­lopi­­thecus sediba, que significa "macaco do sul, fonte" para indicar tan­­to sua relação prévia com a forma dos macacos e os traços mais tarde encontrados em po­­vos mais modernos.

"Esses fósseis nos dão uma visão extraordinariamente de­­talhada sobre um novo capítulo da evolução humana e fornece uma janela sobre um período crítico quando os hominídeos se transferiram da vida nas árvores para a vida no chão", disse Lee R. Ber­­ger, da Universidade de Witwa­­tersrand, na África do Sul. "O Australopithecus sediba parece apresentar traços que de­­monstram um animal confortável nos dois mundos."

Berger e seus colegas descreveram a descoberta na nova edição do jornal Scien­­ce. Hu­­manos modernos, conhecidos como Ho­­mo sapiens, descendem de grupos ancestrais, tais como o Austra­­lopithecus, cujo exemplo mais co­­nhecido é o fóssil Lucy, que viveu cerca de um milhão de anos antes do re­­cém-des­­co­­berto A. sediba. Berger disse que os fósseis são datados entre 1,95 mi­­lhão e 1,78 milhão de anos atrás.

Alguns descreveram a descoberta como o "elo perdido", mas esse conceito não é mais aceito pela ciência. "O ‘elo perdido’ fa­­zia sentido quando pensávamos que poderíamos alinhar os fósseis mais antigos e os mais recentes", explicou o paleontologista do Smithsonian Richard Potts. Mas agora, os pesquisadores sa­­bem que houve uma grande di­­versidade de braços na árvore genealógica da família humana em vez de uma única li­­nha.

Os dois fósseis foram en­­contrados numa cova onde an­­tes havia uma caverna. Seus ossos foram preservados por sedimentos endurecidos que os encobriu durante uma enchente logo depois que eles morreram, disseram os pesquisadores.

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