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Motivado pelo apoio a Israel

“Descomprometidos”: eleitores democratas fazem voto de protesto contra Biden nas primárias do Michigan

O presidente democrata Joe Biden enfrenta oposição de árabes israelenses que condenam apoio a Israel (Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS)

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O presidente americano, Joe Biden, que tentará a reeleição em novembro, venceu as primárias da legenda no Michigan, nesta terça-feira (27), mas enfrentou uma significativa oposição por parte dos próprios democratas após as projeções da imprensa indicarem que cerca de 95 mil eleitores da legenda (13%) escolheram a opção "descomprometido" como voto de protesto a sua candidatura pelo apoio a Israel na guerra do Oriente Médio.

O Michigan, considerado um dos estados decisivos nas eleições gerais e de tradição democrata, possui uma das maiores populações árabes-americanas do país, somando aproximadamente 300 mil eleitores. O movimento de protesto contra o atual mandatário surgiu principalmente dos votantes de origem árabe e dos jovens que se posicionam a favor de um cessar-fogo permanente em Gaza, apesar do Hamas continuar mantendo reféns em cativeiro no enclave palestino.

De acordo com a imprensa americana, os resultados preliminares apontavam que os eleitores que marcaram “descomprometidos” na cédula já tinham recebido mais apoio do que os cerca de 11 mil votos pelos quais Trump derrotou Hillary Clinton, em 2016, no estado. Nas eleições de 2020, por exemplo, Biden derrotou Trump por uma ínfima vantagem de 2,8 pontos percentuais, o que representa cerca de 150 mil votos.

Apesar do protesto, o atual mandatário americano venceu as primárias da legenda com mais de 80% dos votos a favor de sua reeleição.

No Michigan, os votantes podem optar por um dos candidatos listados na cédula; podem preencher a opção “não comprometido”, que garante um voto partidário, mas mostra descontentamento com os nomes apresentados nas urnas; ou acrescentar um novo candidato.

Os “votos não comprometidos” são válidos da mesma forma que os votos a um dos candidatos. Caso haja um número suficiente de pessoas que decidam pelo “descomprometimento” com um representante, o partido pode enviar delegados à convenção nacional que não estejam estejam alinhados com o principal candidato.

Enquanto os democratas enfrentam o desafio interno de apoio a Biden, o ex-presidente americano Donald Trump obteve uma nova vitória nas primárias do Partido Republicano, derrotando novamente a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU Nikki Haley.

De acordo com as projeções da imprensa americana, o ex-presidente cumpriu as previsões e está ainda mais forte para uma das datas principais da corrida presidencial, a "Super Terça", em 5 de março.

Mesmo assim, a ex-governadora da Carolina do Sul declarou em uma entrevista à emissora CNN, minutos após o fechamento das urnas, que não está desistindo da corrida e que participará da "Super Terça", pois tem "um país para salvar".

Com os resultados de Michigan ainda sendo apurados, Trump tem 110 delegados dos 1.215 que precisa conquistar para ser matematicamente nomeado candidato republicano, o que acontecerá na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, a ser realizada de 15 a 18 de julho.

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