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Itália

Dilma chega a Roma para nomeação de cardeal brasileiro e encontro com o papa

Presidente foi direto para a embaixada do Brasil na capital italiana, onde ficará hospedada com sua comitiva. No fim do dia, ela tem encontro privado com o papa Francisco

A presidente Dilma Rousseff desembarcou na manhã desta sexta-feira (21) em Roma, na (Itália) para um encontro com o papa Francisco e o Consistório, a celebração de novos cardeais.

Dilma foi direto para a embaixada do Brasil na capital italiana, onde ficará hospedada com sua comitiva em palácio localizado no centro histórico da cidade. No fim do dia, ela tem encontro privado com o papa Francisco.

No ano passado, a visita de Dilma ganhou repercussão pela despesa com a instalação da comitiva: 51 quartos de hotel foram ocupados por um custo de 125,99 mil euros (R$ 324 mil). Outros 64,6 mil euros foram desembolsados para aluguel de veículos.

Na ocasião, a assessoria da Presidência afirmou que Dilma preferia hotéis por facilitar a rotina de trabalho. Naquele momento, a representação brasileira em Roma estava sem embaixador outro motivo apontado para a escolha.

"Toda discussão de gastos de hospedagem são de natureza confidencial. (...) Lembro que todos os gastos de qualquer autoridade são auditados pelo Tribunal de Contas [da União]. São naturalmente objeto de um processo de supervisão, auditoria, etc", disse o embaixador Carlos Antonio Paranhos,em coletiva de imprensa ontem. O diplomata foi o escalado para detalhar a agenda da presidente em viagem ao exterior.

Consistório

O motivo principal da visita é o Consistório amanhã, evento que oficializa a nomeação de 19 novos cardeais (16 cardeais eleitos com menos de 80 anos e três cardeias por terem se distinguido por seu serviço à Santa Sé e à Igreja), entre eles o brasileiro dom Orani Tempesta, 63, arcebispo do Rio de Janeiro. No dia 12 de janeiro, Tempesta foi nomeado cardeal pelo papa Francisco.

Essa indicação de mais um cardeal brasileiro reforça a projeção do Brasil e também da América Latina no âmbito da Igreja Católica. (...) Para além do prestígio que isso representa para o país, dom Orani foi o grande articulador no Rio de Janeiro do sucesso da jornada mundial da juventude. (...) Nada mais natural do que prestigiar a criação desse novo cardeal", disse o Paranhos.

A assembleia na qual os novos cardeais serão consagrados está marcada para 22 de fevereiro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os cardeais têm a função de auxiliar o papa no desenvolvimento de seu ministério e trabalhar pela preservação dos fundamentos da fé católica. Agrupados no Colégio dos Cardeais, eles também participam do Conclave, reunião de escolha de um novo papa.

Além de dom Orani, o Brasil tem atualmente outros nove cardeais o último a ser nomeado foi o ex-arcebispo de Brasília João Braz de Aviz, em 2012, pelo papa Bento 16, que também elevou o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno Assis, em 2010, e o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, em 2007.

Cinco dos atuais cardeais do país foram indicados pelo papa João Paulo 2º, entre 1988 e 2003, e o mais velho deles, o ex-arcebispo de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns, 92, foi nomeado pelo papa Paulo 6º, em 1973. De acordo com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Brasil teve 20 cardeais -o primeiro deles, dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, nomeado em 1905, também era arcebispo do Rio.

Dom Orani

Dom Orani Tempesta é arcebispo do Rio desde fevereiro de 2009. Paulista de São José do Rio Pardo, cursou filosofia no mosteiro de São Bento e teologia no Instituto Pio 11, ambos em São Paulo. Em 7 de dezembro de 1974, foi ordenado presbítero de sua cidade natal.

Em 26 de fevereiro de 1997 foi eleito bispo para a diocese de São José do Rio Preto (SP), governando-a até 2004, quando tornou-se arcebispo de Belém. Ficou na capital paraense até sua transferência para o Rio.

Em 2013, ocupou a presidência do comitê organizador local da Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu em julho, no Rio, e teve como ponto culminante a visita do papa Francisco. Atualmente também é presidente do Conselho Nacional de Comunicação Social do Senado Federal, que reúne políticos e representantes da sociedade civil.

Outras nomeações

O papa anunciou também as nomeações de outros quatro latino-americanos, de Argentina, Chile, Haiti e Nicarágua, quatro italianos, dois europeus (um alemão e um britânico), um canadense, dois africanos (Costa do Marfim e Burkina Faso) e dois asiáticos (Coreia do Sul e Filipinas).

Com eles, o número total de membros votantes do Colégio Cardinalício, o órgão mais importante da Igreja Católica, passará a ser de 122. Francisco nomeou ainda três cardeais eméritos, sem poder de voto em caso de conclave para eleger um novo pontífice.

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