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O governo da Dinamarca divulgou nesta quarta-feira (10) um relatório sobre segurança nacional que manifestou pela primeira vez preocupações com os Estados Unidos, outrora um grande parceiro do país europeu.
Segundo informações da emissora CNN e do jornal The New York Times, o documento foi produzido pelo Serviço Dinamarquês de Inteligência de Defesa.
“Os Estados Unidos usam o poder econômico, incluindo ameaças de altas tarifas, para impor sua vontade e já não descartam o uso da força militar, mesmo contra aliados”, destacou o relatório, que, num contexto mais amplo, alertou que “as grandes potências priorizam cada vez mais seus próprios interesses e usam a força para atingir seus objetivos”.
O relatório argumentou que “a ameaça militar da Rússia à Otan aumentará” e que “há incerteza sobre o papel dos Estados Unidos como garantidor da segurança da Europa”.
Entre sua eleição, em novembro de 2024, e os primeiros meses do seu segundo mandato, o presidente americano, Donald Trump, afirmou várias vezes que pretendia anexar a Groenlândia, um território dinamarquês autônomo, e não descartou o uso de força militar para atingir esse objetivo.
O mandatário republicano, que vem reiterando que a Europa deve cuidar sozinha da própria segurança, também fez pressão para que os outros países da Otan invistam ao menos 5% do PIB em defesa até 2035, meta que foi aceita na cúpula da aliança militar do Ocidente realizada em Haia, na Holanda, em junho.
Além disso, na semana passada, os Estados Unidos divulgaram um novo plano de segurança nacional que manifestou dúvidas sobre a continuidade da parceria de Washington com a Europa.
O plano alertou para o risco do fim da “civilização europeia”, devido à imigração e ao que chamou de censura na Europa. Em entrevista ao site Politico na segunda-feira (8), Trump aprofundou essas críticas, ao dizer que o Velho Continente hoje está cheio de líderes “fracos”.
