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A Embaixada da Venezuela em Honduras informou nesta terça-feira (21) que recebeu um comunicado do governo interino hondurenho, no qual é ordenado que os diplomatas venezuelanos abandonem o país em 72 horas.

"Recebemos faz meia hora uma comunicação da chancelaria solicitando a retirada do pessoal diplomático, administrativo, técnico e de serviços", disse em entrevista por telefone à Associated Press o encarregado de negócios da embaixada venezuelana em Honduras, Ariel Vargas.

Honduras também irá retirar seu pessoal diplomático de Caracas, segundo o documento.

Vargas disse não estar surpreso com a notícia que "já nos haviam anunciado no sábado".

"Eu comuniquei a situação a Caracas e espero ter uma notícia de lá nas próximas horas", acrescentou.

Honduras já havia advertido o governo da Venezuela a parar de se envolver nos assuntos internos do país, sob pena de expulsão dos diplomatas.

No comunicado a chancelaria do governo interino pede a retirada dos diplomatas "considerando as ameaças ao uso da força, a intromissão nos assuntos exclusivos, assim como a falta de respeito à soberania e à integridade territorial do nosso país", se lê na nota entregue à AP pela Embaixada da Venezuela.

Passado o prazo de 72 horas, adverte o texto, "não será reconhecido o estatuto privilegiado" dos diplomatas.

"Existem países que dizem não reconhecer o governo de Honduras, mas que mantém seus representantes em Tegucigalpa e alguns deles estão intervindo de forma aberta e ameaçadora", disse no sábado o chanceler interino de Honduras, Carlos López. O governo interino de Honduras foi instalado em 28 de junho, quando um golpe militar derrubou o presidente Manuel Zelaya e empossou no cargo o então chefe do Congresso, Roberto Micheletti.

Lobistas em Washington

Os militares, políticos e empresários que depuseram o presidente hondurenho Zelaya estão travando sua batalha pelo país na arena política norte-americana, com uma campanha feita por lobistas que os retrata como um reduto contra a "ditadura" e o "comunismo". Apelando aos partidários do livre comércio, eles esperam demover a administração Obama de sua ameaça de impor sanções ao país, cujas linhas de montagem voltadas principalmente para a exportação são dominadas por empresas e investidores norte-americanos.

"Eu imagino que haverá alguma reação da parte deles" às sanções comerciais, disse na segunda-feira Amilcar Bulnes, presidente do Conselho Hondurenho de Negócios Privados.

O governo de facto liderado pelo presidente interino Roberto Micheletti esforçou-se para reunir um grupo de lobistas que fosse diverso e representativo. O grupo enviado para Washington na segunda-feira incluía um líder trabalhista cristão democrata e um professor universitário de Direito que é de um partido opositor.

Os adversários de Zelaya esperam que o presidente Barack Obama não tenha tempo nem energia para o assunto já que tem de lidar com problemas como a nova reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos e com a crise econômica mundial.

O grupo de lobistas foi enviado aos Estados Unidos no momento em que Washington aumenta sua pressão sobre o governo de Micheletti ao advertir que Honduras pode enfrentar fortes sanções econômicas se Zelaya não voltar à presidência do país. As informações são da Associated Press.

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