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O partido de direita nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou fora do acordo para formação de governo, exigiu nesta terça-feira (6) que o conservador Friedrich Merz renuncie, após não garantir a votação para se tornar o novo chanceler do país, e defendeu a realização de novas eleições.
"Estamos prontos para assumir as responsabilidades de governo e só podemos pedir que o bom senso prevaleça. O senhor Merz deve renunciar imediatamente, e o caminho deve ser pavimentado para novas eleições em nosso país", disse Alice Weidel, copresidente da AfD, o segundo maior partido do país desde as eleições gerais de fevereiro.
Weidel acrescentou que "o fato de uma pessoa como Friedrich Merz, que chamou a atenção por quebrar todas as suas promessas de campanha, estar concorrendo a chanceler diz muito sobre o estado político" do país.
"Nós, Alternativa para a Alemanha, demos um passo à frente para colocar este país de volta no caminho certo e representar os interesses do nosso país e do nosso povo, finalmente", completou.
O outro copresidente da AfD, Tino Chrupalla, falou em "um bom dia para a Alemanha", o que, em sua opinião, demonstrou "o que essa coalizão realmente vale, se nem consegue a maioria no primeiro turno da votação para chanceler".
"E nós, como AfD, e não apenas as pesquisas mostram isso, estamos prontos para assumir a política e, acima de tudo, a responsabilidade neste país. E é por isso que seria bom se Friedrich Merz não concorresse no segundo e terceiro turnos, e se a CDU também percebesse que com ele não haverá um novo começo na Alemanha", afirmou.
Chrupalla declarou ainda que a mudança política prometida por Merz "já falhou neste primeiro dia" e que os cidadãos e eleitores "também perceberão que não haverá mudança na política" com o líder democrata-cristão, a quem acusou de ter quebrado suas promessas de campanha.
Além disso, comentou que o fato de Merz não ter sido eleito chanceler no primeiro turno "também mostra quem realmente manda" na coalizão firmada entre o bloco conservador - formado pela União Democrata Cristã (CDU) e seu partido irmão na Baviera, a União Social Cristã (CSU) - e o Partido Social Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz.
Nesse sentido, Chrupalla destacou que o SPD "claramente não quer seguir seu futuro chanceler e também não o seguirá".
"As negociações da coalizão já revelaram quem realmente está em vantagem", finalizou.
O partido AfD foi o segundo mais votado nas eleições antecipadas realizadas em 23 de fevereiro, com 20,8% dos votos, menos de oito pontos atrás do bloco conservador e mais de quatro pontos à frente dos sociais-democratas.
Várias pesquisas recentes colocaram a AfD em primeiro lugar nas intenções de voto, à frente inclusive do bloco conservador.




