
O diretor do Centro Niemeyer da cidade de Avilês, Natalio Grosso, tomará medidas legais contra o Governo do Principado de Astúrias, presidido por Francisco Álvarez-Cascos, para reivindicar a gestão do edifício concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer ou exigir "indenizações multimilionárias".
Em entrevista coletiva, Grosso, que dirigiu o Centro Niemeyer desde seu abertura há menos de um ano, garantiu hoje que não parará "até que as pessoas que caluniaram os responsáveis pelo local respondam perante a lei".
Grosso se pronunciou depois que na terça-feira (13) o Principado de Astúrias anunciou que administrará a partir desta quinta-feira o complexo alegando que a Fundação Niemeyer se negava a se submeter a uma auditoria externa sobre a situação econômica do centro.
Segundo sua opinião, desde que começou o "assédio" do Governo, a fundação teve numerosas perdas econômicas, superiores a 1 milhão de euros, que impossibilitaram o plano de negócio concebido e aprovado por seu patronato.
Desde que no último dia 9 de setembro o Governo autônomo asturiano os acusou de graves irregularidades econômicas, "nada nunca foi provado", segundo Grosso, ressaltando que "é categoricamente falso que haja alguma irregularidade nesta fundação".
Em sua curta trajetória, o Centro Niemeyer organizou mais de uma dúzia de exposições, 30 conferências e debates de nível internacional, cerca de 50 concertos e 30 congressos e projetou mais de cem filmes.
Após finalizar a entrevista coletiva, um operário retirou hoje o cartaz que identifica o centro com a marca Niemeyer, que, esclareceu Grosso, é propriedade da Fundação e, portanto, não poderá ser utilizada na nova etapa sob responsabilidade direta do Governo regional.
Em breve, a Fundação Niemeyer reunirá seu patronato para decidir o futuro da entidade, que foi criada para tramitar o centro do mesmo nome, "e isso é que vamos reivindicar", concluiu Grosso.



